30 de novembro de 2015

Relato de parto da Bárbara: parto normal hospitalar em Vilhena

E tem história de parto de Vilhena! Conheci a Bárbara quando ela estava na metade da gestação, ainda cheia de dúvidas sobre onde parir... devagarzinho ela foi plantando sementes de apoio, auto-confiança e fé nos processos naturais do próprio corpo para, enfim, conseguir o parto que sonhava, ou melhor, parece que saiu até muito melhor do que ela imaginava!!! Um furacão de mulher, com vinte e poucos anos...


"Escolhi essas fotos menos glamourosas pra ilustrar a realidade do meu Parto. Não posso afirmar que o parto de todas as mulheres seja assim totalmente sem glamour mas o meu foi e com meu relato quero demonstrar um pouquinho de tudo que senti aquele dia 30 de setembro de 2015.

Tudo começou dia 19 de setembro quando meu marido chegou na Bolívia pra esperar que nosso filho nascesse. Eu estava em época de provas e acreditávamos que o bebê nasceria lá... passou 1 semana e nenhum sinal de trabalho de parto ativo. Minha ultima prova seria dia 28 de setembro e decidimos que se não nascesse até esse dia, íamos viajar pra Vilhena.

Chegou dia 28, fomos à consulta. Chegando lá, explicamos para a médica a nossa vontade de viajar. Descobri que eu já estava com 2 a 3 cm de dilatação e ela foi bem clara: "se forem viajar, viagem hoje, essa semana seu bebê deve nascer!". Detalhe: nossa viagem era de ônibus, uma viagem nada confortável e duraria de 26 a 30 horas. Decidimos encarar e viajamos. Saí da Bolívia dia 28 as 20:00 horas e cheguei em Vilhena dia 29 as 21:30 aproximadamente. Fomos descansar e às 5 da manhã do dia 30 de setembro, acordei sentindo umas cólicas diferentes, muito leves. Fiquei na dúvida, mas eu sentia que era diferente de tudo que já tinha sentido. Comentei com meu marido e decidimos ir ao hospital às 7:00 da manhã.

Chegando lá tinham muitas mulheres na fila e decidimos ir tomar café e resolver umas coisas na rua. Voltamos para o hospital umas 11:00, fui atendida e a enfermeira disse que eu estava com 4 cm de dilatação, mas que meu colo estava ainda posterior e grosso. Pediu que eu voltasse às 14:00 horas.

Fui pra casa, almocei bem pouco pois estava muito ansiosa e sem apetite. Fui ao mercado com minha sogra, sentia que as contrações estavam progredindo e as dores aumentando aos poucos mas ainda era leve demais. Voltei pra casa, tomei um banho, preparei as coisas que levaria pra maternidade e decidi ir ao salão fiz as unhas e até uma escova! Eu queria me sentir bonita para a grande hora... mas mal sabia o que me esperava!

Eu sabia que estava em trabalho de parto mas estava achando tudo muito tranquilo. Às 16:00 horas, voltei ao hospital já com cólicas mais fortes. O médico fez o toque e eu estava com 5 cm de dilatação, o colo estava mais fino e, como a dor era suportável, decidi voltar pra casa. O médico pediu para voltar às 19:00 horas.

No caminho até o carro senti que as dores estavam bem mais fortes e as contrações com menos intervalo. A dor apertou! Chegando em casa me tranquei no quarto sozinha, gritava de dor, me ajoelhava no chão, pedia socorro a Deus, fazia agachamentos, queria xingar, comecei me contorcer de dor e finalmente tinha a certeza: É HOJE!!!

Comecei olhar o relógio e perceber que o tempo não passava e tomar consciência que eu iria sofrer bastante de dor até a hora do período expulsivo. Às 6:00 decidi ir tomar mais um banho quente, fiquei jogada no chão do banheiro chorando de dor... saí do banho, coloquei a roupa e as 6:30 decidi que queria ir pro hospital... Já entrei no Hospital Regional de Vilhena com muita, muita dor... quando o médico fez o toque, eu estava com 6 cm de dilatação. Decidi que queria ficar... entramos eu e meu marido, as enfermeiras nos ensinaram alguns exercícios, ensinaram as massagens para o meu marido fazer em mim, pra aliviar as dores também... minhas dores eram tão fortes que eu não conseguia me movimentar muito, fiz alguns agachamentos, alguns exercícios na bola, vomiteiii de dor e tudo que eu queria era ficar jogada no chão, ou sentava no vaso sanitário.

Às 19:30 horas, aproximadamente, eu não tinha mais forças, só queria ficar deitada e tinha muito sono, mas não conseguia dormir e cada vez mais as cólicas vinham mais fortes... vomitei mais umas 2 ou 3 vezes, então o médico ofereceu colocar glicose na veia pra eu recuperar forças e eu aceitei. Com 10 minutos eu já estava mais forte, consegui sair da cama, decidi tomar uma ducha, intercalava com o vaso sanitário e o chão. Em determinado momento minha dor era tanta que eu não tive forças pra ir ao banheiro e fiz xixi no chão mesmo, meu marido tava todo tempo do meu lado me dando muito apoio, comecei a perder energia novamente e então recebi mais uma bolsa de glicose.

Por volta das 20:30 eu já estava de 8 a 9 cm de dilatação, lembro que voltei pra cama e não queria mais levantar meu marido fazia massagens nas minhas costas pra aliviar minhas dores, eu não conseguia falar, eu não queria conversar, as dores eram cada vez mais fortes e eu tinha cada vez menos tempo pra descansar porque as contrações vinham em intervalos curtos. Lá pelas 21:00 horas, eu ainda estava com bolsa integra e chegando aos 10 cm de dilatação, eu não aguentava mais, eu implorava a Deus descanso, eu queria dormir, ter um tempo e só depois voltar a sentir dor, mas não é assim que funciona! Uma enfermeira apareceu, conversou comigo, pediu pra eu ser forte, e perguntou se eu queria que ela estourasse a bolsa pra acelerar o processo, conversei com meu marido e decidi aceitar. Lembro que eu voltei a gritar bem forte de dor e ao mesmo tempo sentia estar perdendo as forças. Umas 21:20, o médico perguntou se eu aceitava ocitocina pra acelerar um pouco mais, pois eu estava muito fraca e eu aceitei pois naquele momento tudo que eu queria era acabar com a minha dor, lembro que colocaram na minha glicose e poucos minutos depois toda a equipe correu pra sala de pré parto! O médico um toque, disse que já estava sentindo a cabecinha do bebê, perguntou se eu queria ir pra sala de parto e eu implorava pra não ir, eu não queria sair do lugar, a dor me imobilizava, então ele aceitou que seria ali mesmo na cama, afastou ela da parede e percebi que toda equipe ficou acelerada, colocaram luvas, médico preparou o campo estéril na cama, colocou o jaleco cirúrgico, a equipe me ensinou como fazer forças, meu marido se posicionou perto da minha cabeça, fazia carinho, segurava minha mão, a equipe toda me dava apoio, o médico me mandava fazer força de fazer cocô, até hoje eu tenho dúvida se não saiu um cocôzinho na hora kkkkkkkk!!!

O médico também chamava: VEMMMMM BEIJOCA, VEMMMMM BEIJOCA (apelido que deu ao meu Filho Benjamin) Lembro que ele narrou o parto, tá vindo a cabecinha, saiu a cabecinha, saiu o ombrinho... acredito que com umas 6 forças o Benjamin veio ao mundo, às 21:38 do dia 30 de setembro.

O período expulsivo foi a melhor parte, a que menos doeu, só lembro da força que tive que fazer e dele saindo... Foi gostoso, ele nasceu e veio pros meus braços, não teve episiotomia e nem laceração, a equipe toda foi maravilhosa, sem a equipe e sem o apoio do meu marido eu não sei se conseguiria, eu considero que meu parto foi humanizado, fui respeitada em todos os momentos, tudo que foi feito foi permitido por mim, me senti abraçada pela equipe, minhas expectativas foram supridas em todos os quesitos, foi de Deus tudo que aconteceu naquele dia.

Obrigada a todos os profissionais que participaram desse momento tão especial na minha vida!"



Foto: Bárbara Nicole e seu Benjamim


16 de novembro de 2015

Doulas: Rondônia agora tem Lei das Doulas


Foto: Gestante sendo amparada por uma Doula 


Por Cariny Cielo



Rondônia é um dos primeiros Estado​s​ do país a ter a Lei das Doulas.

Escrevo esta frase aqui com emoção nostálgica, com alegria catártica. Foi muita coisa boa acontecendo nos últimos anos envolvendo Rondônia.

Em novembro de 2014 aconteceu em Porto Velho, sob a organização da ABENFO-RO, o Primeiro Seminário sobre Parto Humanizado de Rondônia, com a participação do obstetra gaúcho Ricardo Jones e vários profissionais do Estado. Aqui a notícia!


Ao final dos trabalhos, foi entregue uma proposta de projeto de lei para a criação da Lei das Doulas à Deputada Estadual Glaucione Rodrigues.
E o resultado? A proposta virou projeto e o projeto virou LEI!!! Nasceu nossa 'Lei Das Doulas'!

Em uma atitude vanguardista, a Assembleia Legislativa de Rondônia aprovou uma Lei Estadual que garante acesso à maternidades públicas e privadas de Doulas acompanhando parturientes. Blumenau, Salvador, Brasília, João Pessoa, Santos, Poços de Caldas, Jundiaí, Sorocaba e Rondonópolis são cidades onde a lei já é realidade. Amazonas e Rondônia são os únicos Estados com a Lei das Doulas em vigor.

Tal Lei almeja, apenas, garantir que toda parturiente QUE QUISER a presença de uma Doula tenha esse direito garantido em qualquer Maternidade ou Hospital do Estado, por meio do livre acesso desta profissional.Falo 'profissional' porque Doula já é uma ocupação reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Para quem não sabe, Doula é o nome dado à mulher que se capacita para dar apoio à parturiente. Ter uma doula apoiando a gestante durante o trabalho de parto é uma prática recomendada pela Organização Mundial de Saúde.

E a nostalgia vem porque Rondônia avança na busca por melhores condições de parto e nascimento principalmente por meio do movimentos de mulheres. Há pouco mais de 5 anos atrás, não havia um só relato de parto ocorrido em Rondônia na internet. Hoje, já temos um espaço dedicado apenas a registrar experiências que contagiam e divulgam informação de qualidade.

Tivemos um embrião de grupo de apoio, o Grupo Buritis, que foi iniciado pela Fotógrafa-Doula Elis Freitas e pela psicóloga Paula Gerhard, em 2011. Com o tempo, as mulheres foram se unindo. Organizando-se, encontrando-se e, até marchando por mais respeito durante o parto!

 
Fotos: Marcha do Parto Humanizado em 2013

Panfletagem em Porto Velho, organizada pela Bello Parto.

Hoje já temos Grupo Bello Parto, Parto Em Vilhena, Bem Gestar, também em Vilhena e, mais recentemente, o Araripe e o grupo Ciranda da Lua.

Em Cacoal também tivemos um seminário com o tema 'Parto Humanizado e o SUS', organizado pelo Ministério Público de Rondônia com várias palestras voltadas para acadêmicos, profissionais da saúde e sociedade em geral. Veja aqui. E foi em Cacoal que o filme O Renascimento do Parto estreou pela primeira vez no Estado, em uma parceria com a Faculdade Facimed e CineArt. Confira aqui como foi.

Também, Rondônia precisa mesmo... ficamos por anos consecutivos como o Estado número um em nascimentos por cirurgias, ainda não conseguimos cumprir a Lei do Acompanhante que é de 2006, é... Rondônia ainda tem muito o que marchar.

Mas, por hoje, vamos comemorar!

Em apenas dois anos, Rondônia dobrou o número de Doulas e elas já são mais de 40 em todo o Estado. Tanto na capital como nos municípios de Guajará-Mirim, Ariquemes, Jaru, Ouro-Preto, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, é possível contar com o apoio destas profissionais. Ache sua Doula, aqui

Foto: Curso de formação em Doula e Educadora perinatal em Porto Velho, 
realizado pela Matriusca.

A Lei vem em respeito à tendência crescente em todo país em se valorizar a atuação da Doula e colocou Rondônia no cenário nacional como Estado com esta recomendação da Organização Mundial de Saúde garantida por lei! 

Excelente exemplo e motivo de orgulho para os rondonienses.





Quer saber mais sobre Doulas? Clique aqui.

Quer ser uma Doula? Em 2016, haverá uma turma em Ji-Paraná. Clique aqui. 




Confira o inteiro teor da Lei:


Lei Nº 3657 DE 09/11/2015 Publicado no DOE em 10 nov 2015

Dispõe sobre a presença de doulas durante o trabalho de parto, parto e pósparto imediato, nas maternidades, casas de parto e estabelecimentos hospitalares congêneres, da rede pública e privada do Estado de Rondônia.


O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado,

Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia decretou, e eu, nos termos dos §§ 5º e 7º do artigo 42 da Constituição Estadual, promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º As maternidades, as casas de parto e os estabelecimentos hospitalares congêneres, das redes públicas e privadas, localizadas no Estado de Rondônia, ficam obrigados a permitir a presença de doulas durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, sempre que solicitada pela parturiente.
§ 1º Para os efeitos desta Lei e em conformidade com a qualificação da Classificação Brasileira de Ocupações - CBO, Código 3221-35, doulas são profissionais escolhidas livremente pelas gestantes e parturientes, que visam prestar suporte contínuo à gestante no ciclo gravídico puerperal, favorecendo a evolução do parto e bem-estar da gestante, com certificação ocupacional em curso para essa finalidade.


§ 2º Os serviços privados de assistência prestados pelas doulas durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, bem como despesas com paramentação, não acarretarão qualquer custo adicional à parturiente.

Art. 2º As doulas, para o regular exercício da profissão, estão autorizadas a entrar nas maternidades, casas de partos e estabelecimentos hospitalares congêneres, da rede pública e privada no Estado de Rondônia, com seus respectivos instrumentos de trabalho, condizentes com as normas de segurança e ambiente hospitalar.
§ 1º Entende-se como instrumentos de trabalho das doulas:
I - bola de exercício físico constituído com material elástico macio e outras bolas de borracha;
II - bolsa de água quente;
III - óleos para massagens;
IV - banqueta auxiliar para parto;
V - equipamentos sonoros; e
VI - demais materiais utilizados no acompanhamento do período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.


§ 2º Para habilitação descrita no caput deste artigo, as doulas deverão providenciar, com antecedência, a inscrição nos estabelecimentos hospitalares e congêneres.

Art. 3º É vedado às doulas, a realização de procedimentos médicos ou clínicos, como aferir pressão, avaliação de progresso do trabalho de parto, através de realização de toques do colo uterino, monitoramento de batimentos cardíacos fetais, administração de medicamentos, entre outros, mesmo que estejam legalmente aptas a fazê-los.

Art. 4º O descumprimento ao disposto nesta Lei sujeitará os infratores às seguintes sanções administrativas:
I - advertência por escrito, na primeira ocorrência;
II - se doulas, multa de R$ 200,00 (duzentos reais), a partir da segunda ocorrência;
III - se estabelecimento privado, multa de R$ 400,00 (quatrocentos reais), a partir da segunda ocorrência, a ser aplicada em dobro na reincidência, até o limite de R$ 2.000,00 (dois mil reais); e
IV - se órgão público, afastamento do dirigente e aplicação das penalidades previstas na legislação.
Parágrafo único. Compete aos agentes públicos vinculados à Secretaria Estadual de Saúde, a fiscalização do disposto nesta Lei e a aplicação das sanções previstas neste artigo, e as verbas angariadas frutos dessas infrações serão destinadas ao Fundo Estadual de Saúde.

Art. 5º Os sindicatos, associações, órgãos de classe dos médicos, enfermeiros e entidades similares de serviços de saúde do Estado de Rondônia deverão adotar, de imediato, as providências necessárias ao cumprimento desta Lei.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, 9 de novembro de 2015.

Deputado MAURÃO DE CARVALHO

Presidente - ALE/RO

2 de outubro de 2015

Relato de parto da Dhaiana: parto normal hospitalar em Cacoal


Com imensa alegria e - principalmente - com votos de que venham muitos outros, apresento a vocês o primeiro relato de parto na maternidade pública de Cacoal em nosso blog! Maternidade que foi a primeira do Estado a acolher doulas em um projeto pioneiro em Rondônia!

Vamos lá:



Olá, me chamo Dhaiana, tenho 29 anos e moro em Cacoal. Fiquei gravida em uma fase meio complicada da minha vida: TCC, faculdade a mil e emprego novo. Iniciei meu pré natal pelo SUS, até porque temia os médicos que atendem em hospitais privados por não gostarem de parto normal. Esse assunto também foi uma luta, pois quando me questionavam sobre o parto e eu falava que teria normal ouvia coisas do tipo:
- "Você é louca?"
- "Você não vai aguentar"
- "Você tem que pensar no bebê"... e coisas piores que não vêm ao caso.
Pois bem, a vontade de mostrar para essas pessoas que quando a mulher quer parir ela consegue, sem 'mimimi', era grande.

No dia 7 de abril fui pra faculdade a pé, com a sensação de que iria explodir! Fiz prova e voltei para casa. Nessa madrugada, dia 8, às 05 horas, senti vontade de ir ao banheiro fazer o número dois e fui... vinte minutos depois, de novo, dez minutos depois e a partir daí não consegui mais deitar.

Avisei meu marido que achava que seria aquele dia e ele me perguntou se eu gostaria de ir ao hospital, respondi que não, pois temia que me jogassem para uma “desnecesária” e fiquei ali curtindo cada dor, caminhando, me retorcendo. Às 07 horas da manhã percebi que as contrações estavam ritmadas e mais frequentes. Tomei um belo banho e decidi que iria ao hospital verificar como estava.

Cheguei no hospital às 8 horas e, para minha surpresa e da equipe medica, eu já estava com 9 cm de dilatação!!! Fui para a sala de pré parto (e o marido foi para casa buscar as bolsas, pois não imaginava que seria assim tão rápido...) junto com uns 5 estagiários, a princípio me senti incomodada com a presença deles, mas eles me incentivavam, me davam forças, uma ficou fazendo carinho na minha barriga e me paparicando, a bolsa ainda não havia rompido, me deixaram ficar embaixo do chuveiro e ouvi a médica dizendo que romperia a bolsa. Fiquei preocupada, pois sabia que os bebes podiam nascer assim mesmo, sem romper bolsa. Mas, alguns minutos ali no chuveiro, a bolsa rompeu!


Fui para a sala de parto, disse que não queria episiotomia, ela respeitou minha vontade e, na segunda contração, segurei a barra de ferro ao lado da mesa de parto com tanta força que às 10 horas da manhã minha filha veio ao mundo!!!!
Isadora, pesando 2.900 kg e com 48 cm, depois de 39 semanas e 2 dias na barriga da mamãe.


A médica entregou ela em minhas mãos e esperou que o cordão parasse de pulsar, uma emoção sem limites que não pode ser descrita em palavras, eu não conseguia chorar, eu não conseguia falar, estava extasiada, era muita ocitocina correndo pelo corpo.

Fui muito bem tratada por toda a equipe do hospital materno infantil de Cacoal, mas a estrutura física deixa a desejar. Também não permitiram que eu tivesse um acompanhante escolhido por mim, mas na sala de parto estávamos em 11 pessoas! Depois de 24 horas, fomos para casa lindas e felizes dar início a nossa nova vida.

14 de agosto de 2015

Grupos de Apoio: Araripe Grupo de Apoio ao Parto em Porto Velho


Mulheres conhecidas e com histórias que já encantaram a todos aqui no blog, agora reunidas em mais um grupo de apoio ao parto, em Porto Velho! Em 2011, Rondônia teve o Grupo Buriti, um embrião de grupo de apoio que era tocado pela Doula Elis Freitas, hoje fotógrafa e pela psicóloga Paula Gerhart. Logo chegou a Bello Parto, que além de grupo de apoio é também equipe que atende parto domiciliar planejado.

A Helena é professora de yoga, tem relato de parto normal após cesárea e, depois de tanta coisa bacana que viveu, decidiu por fazer o curso de doula realizado pela Bello Parto em 2014!
Talita ilustra o blog contando como  venceu obstáculos para amamentar o filho e, depois disto, também formou-se doula!

As duas, agora juntas, no Grupo Araripe! Araripe, segundo Helena, significa nascimento, lugar que o sol nasce, em indígena. É um grupo de apoio ao parto natural com palestras semanais gratuitas, fornecendo informações baseadas em evidências cientificas. Têm serviços de Doulas pré-parto, parto e pós-parto, consultoria de amamentação, venda e consultoria de slings, aulas de yoga para gestantes e yoga mamãe e bebê, além de pintura de barriga.

Talita explicando tudinho sobre esse universo...

E encantando com suas pinturas na barriga!

Na foto: em pé à direita está Mileide (gestando a segunda filha!), que tem relato de parto normal e, após a experiência de ser mãe, resolveu inclusive criar o blog Mi Mamãe, onde conta suas vivências na maternagem. Sentada à direita, Helena Fernandes, Doula e instrutora de Yoga no Grupo Araripe.

Gestantes nas reuniões do Grupo!

Palestras, cursos e muito mais...



Saiba mais:
Curta a fanpage e fique por dentro de todas as atividades!
Endereço: Rua Mário Tavares, 5431 Bairro Quatro de Janeiro
Contatos pelos telefones (69) 8131-9727, 8114-3124 e 9229-7648
email: araripegrupodeapoio@gmail.com

8 de agosto de 2015

Amamentação: Semana Mundial de Aleitamento Materno 2015: Mama Rondônia!

O grupo Parto Em Rondônia no facebook fez uma chuva de fotos de mães amamentando em lembrança à #SMAM2015 e vieram todas parar aqui!



Aline Pereira com a filha Maria Alice


Carime Amaral


Dani Garcia, com relato de parto aqui!


Geisy Emiliana, de Cacoal.


Graciele Meireles


Gracielen Milomes



  
Josiane Lima


Juliana Lara amamentando sua Larinha, com 6 meses


Karla Vieira


Liz Mariúba



Lorenna Melo amamentando seu filho de 2 anos e 10 meses, com direito à piscadinha!


Mariana do blog Luz Da Mamãe, com relato aqui e aqui!



Michele que tem uma história linda aqui!


Nayara com 1 ano e 4 meses de muito mamá!



Renata Rocha

Sabemos que histórias inspiram... e estas fotos estão aqui para inspirar! 


Tem uma bela história de amamentação? Manda pra cá!







SAIBA MAIS:




A Semana Mundial da Amamentação é considerada um veículo para promoção da amamentação. Ocorre em 120 Países e, oficialmente, é celebrada de 1 a 7 de agosto. A Aliança Mundial de Ação pró-Amamentação (WABA) define, a cada ano, o tema a ser trabalhado na SMAM, lançando materiais que são traduzidos em 14 idiomas.



No IBFAN Brasil, Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar
Temas já adotados:

1992 1ª SMAM
Waba: Baby-FriendlyHospital Initiative
Brasil: Hospitais Amigos da Criança

1993 2ª SMAM
Waba: Mother-Friendly Workplace Initiative
Brasil: Amamentação: Direito da Mulher no Trabalho

1994 3ª SMAM
Waba: Protect Breastfeeding: Making the Code Work
Brasil: Amamentação Fazendo o Código Funcionar

1995 4ª SMAM
Waba: Breastfeeding - Empowering Women
Brasil: Amamentação Fortalece a Mulher

1996 5ª SMAM
Waba: Breastfeeding - A Community Responsibility
Brasil: Amamentação Responsabilidade de Todos

1997 6ª SMAM
Waba: Breastfeeding Nature's Way
Brasil: Amamentar é um Ato Ecológico

1998 7ª SMAM
Waba: Breastfeeding The Best Investment
Brasil: Amamentação: O melhor Investimento

1999 8ª SMAM
Waba: Breastfeeding Education for Life
Brasil: Amamentar: Educar para a Vida

2000 9ª SMAM
Waba: Breastfeeding It's Your Right!
Brasil: Amamentar é um Direito Humano

2001 10ª SMAM
Waba: Breastfeeding in the Information Age
Brasil: Amamentação na Era da Informação

2002 11ª SMAM
Waba: Breastfeeding: Healthy Mothers and Healthy Babies
Brasil: Amamentação: Mães Saudáveis, Bebês Saudáveis

2003 12ª SMAM
Waba: Breastfeeding in a Globalised World for Peace and Justice
Brasil: Amamentação: Trazendo Paz num Mundo Globalizado

2004 13ª SMAM
Waba: Exclusive Breastfeeding: the Gold Standard Safe, Sound, Sustainable
Brasil: Amamentação Exclusiva: Satisfação, Segurança e Sorrisos

2005 14ª SMAM
Waba: Breastfeeding and Family Foods
Brasil: Amamentação e introdução de Novos Alimentos a partir dos 06 meses de Vida.

2006 15ª SMAM
Waba: Breastfeeding Code Watch - 25 Years of Protecting
Brasil: Amamentação: Garantir este direito é responsabilidade de todos.

2007 16ª SMAM
Waba: Breastfeeding: The 1st Hour Save One Million Babies!
Brasil: Amamentação na Primeira Hora, Proteção sem demora.

2008 17ª SMAM
Waba: Mother Support: Going for the Gold.
Brasil: Amamentação: Participe e Apóie a Mulher!

2009 18ª SMAM
Waba: Breastfeeding: A Vital Emergency Response.
Brasil: Amamentação em todos os momentos.
Mais carinho, saúde e proteção.

2010 19ª SMAM
Waba: Breastfeeding: Just 10 Steps!
Brasil: Amamentar é muito mais do que alimentar a criança.
É um importante passo para uma vida mais saudável.

2011 20ª SMAM
Waba: Talk to me! Breastfeeding – a 3D Experience.
Brasil: Amamentar faz bem para o bebê e para você.

2012 21ª SMAM
Waba: Understanding the Past-Planning the Future.
Brasil: Amamentar Hoje é Pensar no Futuro.

2013 22ª SMAM
Waba: Breastfeeding Support: Close to Mothers.
Brasil: Tão importante quanto amamentar seu bebê é ter alguém que escute você.

2014 23ª SMAM
Waba: Breastfeeding: A Winning Goal For Life!
Brasil: Aleitamento Materno: uma vitória para toda a vida!

2015 24ª SMAM
Waba: Breastfeeding and Work - Let's Make it Work!
Brasil: Amamentação e Trabalho: Para dar certo, o compromisso é de todos.
2016 25ª SMAM
Brasil: Presente Saudável, Futuro Sustentável


2017: Construindo alianças, sem conflitos de interesses

19 de junho de 2015

Relato de parto da Jéssica: parto normal hospitalar em Ji-Paraná


Bom, a minha historia começa em 2013 quando eu me meu marido resolvemos que em 2014 tentaríamos engravidar. Então, como havia mudado para Ji-Paraná recentemente, busquei uma ginecologista e obstetra e encontrei a Dra. Adélia Pompeu. Logo no início gostei dela porque é minha conterrânea (ambas de Pato Branco/PR kkkkkkkkk), depois gostei mais ainda pois soube que ela é completamente a favor do parto normal (que muitos médicos não gostam de realizar por demorar mais, por ter que ter mais paciência com a futura mãe e sua família, etc...) e foi ai que os preparativos começaram.

No final de 2013 fiz todos os exames e em janeiro de 2014 parei de usar o anticoncepcional e passei a usar o ácido fólico, já preparando-me para engravidar. Em maio, tive um sangramento por 15 dias e descobri havia ocorrido um aborto espontâneo de uma gestação de 3 semanas. Para mim e meu marido, no primeiro momento foi um choque, fiquei muito decepcionada, triste, enfim... não queria acreditar! Aí, a doutora disse que se quiséssemos continuar tentando, a chance de engravidar nos próximos 60 dias era grande... Então vamos aos treinos!

Em agosto surge a grande nova... Estou grávida de 6 semanas!

Desde o início sabia que queria o parto mais natural possível. Independente da dor, eu não queria cortes e muito menos agulhadas, pois detesto agulhas!! Então, com a liberação da doutora, após o 3º mês voltei à praticar pilates, para que estivesse preparada para o grande dia.

Com 32 semanas, minha pequena Maria Cecília tentou nascer. Comecei a ter pequenas contrações e perdi o tampão mucoso. Liguei para a dra. Adélia e ela prontamente me atendeu. Recomendou-me a aplicação de progesterona, além de repouso absoluto por 2 semanas e até o final em repouso moderado, pois sabia que quanto mais tempo ela permanecesse em meu ventre, mais cresceria e mais saudável nasceria.

No dia 24 de abril completei 39 semanas e fui à consulta de rotina do pré-natal. A ansiedade já tomava conta de mim, do meu marido e dos amigos, queríamos muito ver a carinha da bebê, mas, como não “mandamos” nesses eventos, ela nasceria quando quisesse.

Como eu estava bem e ela já “podia” nascer sem problemas, fui para Ouro Preto do Oeste passar o final de semana. A noite, não dormi bem, parecia estar com refluxo e então no sábado quis levantar bem cedo. Quando fui levantar da cama, senti uma dor forte na barriga toda, mas como não aconteceu novamente, desconsiderei. Por voltas das 7:30 fui tomar café da manhã e então pequenas contrações quase indolores na região abaixo do umbigo começaram e repetiam-se a cada 10 minutos mais ou menos.

Voltei para Ji-Paraná e no caminho, elas tornaram-se mais frequentes e dolorosas. Quando cheguei em casa, as dores já estavam fortes e mais frequentes, 2 contrações em 10 minutos. Meu marido ligou para a doutora e ela recomendou que quando estivesse com 3 contrações em 10 minutos eu fosse ao hospital. Tomei banho, pegamos as malas, as lembrancinhas e de repente estava com 3 contrações em 10 minutos. As 10:30 fomos para o hospital.


Chegando lá, a doutora já fez o “toque” e disse que eu estava com 9 (N-O-V-E!!!!!!!!) cm de dilatação. Fui internada e já fiquei aguardando a preparação do centro cirúrgico. As 11:30 horas, eu, meu marido e minha amiga Natália, como constava no plano de parto, entramos no centro cirúrgico.

E então, seguindo as orientações das enfermeiras e da doutora Adélia, comecei a fazer força durante as contrações. Eu achei que seria rápido, como nas novelas (pois é! Kkkkkkkkk) mas não foi! Permaneci fazendo muita força, alternando as posições, ora ficava deitava, ora fazia agachamentos e a bebê descendo na sua velocidade.


Com o tempo, veio a exaustão, porém, conforme havia pedido no plano de parto, comi bolachinhas, tomei suco de laranja e água, para recuperar as energias e ter força até o final... e funcionou!

Mais tarde, talvez pela exaustão, talvez pela vontade de ver minha bebê ou pra sair logo dali, consegui fazer maissssss força e então as enfermeiras falaram: “- Vamos, sua menina tá vindo, já podemos ver seu cabelo.. e quanto cabelo! Dá pra fazer uma chuquinha só com o que está aparecendo aqui!”.

Nesse momento, achei que não conseguiria, mas com mais uma força ela coroou e então, lembro-me perfeitamente da doutora Adélia falando: “-Vai, vai, vai! Ela tá nascendo! Agora não pode parar! Força!!!”, e então fiz a maior força da minha vida e escuto o melhor som do mundo, o choro da minha filhotinha!

Nasce Maria Cecília com 48 cm e 3,295kg. Saudável, perfeita, linda e cabeluda!


Meu marido, como descrito no plano de parto, cortou o cordão umbilical e então estávamos com aquele serzinho mais lindo do mundo nos braços!


Doeu? Com certeza! Muito!

Faz de novo? Sim, sem dúvidas! Sem analgesia e sem pique! A anatomia da mulher é perfeita para isso, basta desejar que conseguirá!

Houve pequenas lacerações, mas a doutora suturou e em seguida fui para o quarto. Chegando lá, amamentei minha princesa e logo tomei banho. Minha recuperação foi ótima!


Bom, essa foi minha experiência.

O que tenho a dizer é que super recomendo parto natural, no próximo filho quero novamente e digo mais, apesar da dor, é uma experiência indescritível! O amor envolvido é tanto que supera qualquer infortúnio.


1 de junho de 2015

Relato de parto da Hayane: parto normal hospitalar em Vilhena


Hoje vamos conhecer a emocionante história da Hayane, dona do posto de primeira gestante a anexar plano de parto e lei do acompanhante na ficha de gestante no Hospital Regional de Vilhena, interior de Rondônia... abrindo, assim, espaço para outras que virão!
Que bom que Rondônia tem cada vez mais pioneiras pelo respeito às boas práticas no nascimento e parto!




"Enquanto meu pequeno pacote de amor dorme calmamente após a longa mamada que ele demonstra amar, venho relatar meu parto.

Mas antes explicar minha história: um dos sonhos anotados na agenda desde muito pequena – SER MÃE! Tive dois abortos espontâneos, os dois na idade de 8 semanas. E isso deixou meu coração abatido e com medo, o assunto ‘gravidez’ sempre me entristecia após esses episódios. O segundo foi em abril de 2014, e uma nova tentativa seria impossível (assim pensava)!

Em dezembro de 2014, eu percebia algumas alterações hormonais, a menstruação já não constava há uns bons meses, porém não tive aumento de peso e nada de barriga, então eu insistia em não acreditar... Até que em janeiro quando cheguei de viagem decidi acreditar e iniciar meu pré natal (já havia passado da hora!!!) e com isso a barriguinha começou a aparecer e meus medos começaram a fugir de mim. Desde quando conheci o parto humanizado domiciliar, em 2012, eu sonhava que comigo seria assim, era um ideal, e iniciado o pré-natal no postinho, começou minha busca pela Doula Perfeita, isso já estávamos com mais de 28 semanas.

Entrei em contato com a Isabele e tinha acabado de chegar de Porto velho pra fazer residência no Hospital Regional de Vilhena. Após a conversa ela me deu a notícia: não poderia atender meu parto domiciliar, por diversos fatores, incluindo o fato de trabalhar em Plantões (só se eu desse ‘sorte’ de entrar em trabalho de parto quando ela estivesse lá... kkkk). Mesmo assim Isabele se dispôs a me ajudar, indicar leituras, veio até minha casa, batemos um bom papo, eu, ela e meu esposo e ficamos de manter contato.

Entrei em contato também com a doula Suélen Leal, e olha só: a DPP dela era pro mesmo dia que a minha... SIM ela também estava grávida, não poderia me acompanhar. Me falaram da Cariny, e mais uma vez entrei em contato... Cariny também não poderia me acompanhar, mas me indicou um nome no Hospital Regional: Enfermeira Edna! Nisso, continuei minhas leituras, meus agachamentos, alimentação saudável, e concentrei no que queria. Isabele (que adotei como minha doula, pela dedicação e acompanhamento, mesmo à distância) veio com outra notícia: iria retornar de mala e cuia pra capital, não poderia me acompanhar mais tão de pertinho... E acham que desanimei? O papo era parto e eu só dizia: ‘normal, cesárea não’... Meu pai até dizia: ‘vai assustar as pessoas assim...’. Mas eu não abria mão do que queria.

As semanas foram passando, pelo fato de ter iniciado os cuidados tarde demais, ficamos um pouco perdidos quanto às datas, e quando (pelas contas da ultra-som) eu já estava de 41 semanas e 3 dias, falei com Isabele e disse: ‘preciso me preocupar?’ Ela disse que não, que isso era normal; que eu verificasse com o médico e se eu e o bebê continuávamos saudáveis, não havia motivo para preocupação. Ela me disse pra ficar calma, me passou umas dicas e também um chá de indução natural – receita da parteira mexicana Naoli, anotei tudinho e na mesma noite eu fiz... tomei dois copos pouco antes da meia noite, e dormi.

Às 4 da manhã do dia 15/05 eu acordei com uma fome absurda e um pouco de desconforto abaixo do barrigão. Preparei um misto quente e um copo de leite gelado (que eu amo) e sentei pra comer, na metade do pão começaram as contrações, comecei a anotar e as dores só aumentavam, meu esposo acordou e começou a acompanhar. Às 5:55, as contrações diminuíram o intervalo de tempo, e eu já estava iniciando os urros... As 06:18 as contrações duravam 1 minuto e vinham de 5 em 5. Daaaaí eu corri pra debaixo do chuveiro e não quis mais anotar nada! Faltando 15 pras 7 da manhã gritei do chuveiro mesmo: AGORA SIM, PODE LIGAR PRO PAI, QUERO IR NO HOSPITAL SABER QUANTO DE DILATAÇÃO!

Meu pai e minha irmã chegaram mais nervosos do que eu, e na mesma situação estava meu esposo. Chegando no hospital, procurei a Enfermeira Edna, com quem tinha conversado uma semana antes e segui pro consultório do Obstetra de plantão, que já verificou a pressão e veio nada delicado fazer o ‘toque’: 6 centímetros de dilatação!!! E eu: já? Vivaaaaaaa! Seguimos para sala de pré parto, às 7:32.

Fui somente em duas consultas no hospital, mas consegui que anexassem meu plano de parto (o mais humanizado possível, sem ocitocina, sem episio, sem colírio no bebê e mais um monte de ‘sem’s’...) e a lei do acompanhante na minha ficha... então, meu esposo entrou comigo na sala. E ali começou a jornada. As contrações estavam bem seguidas e nada pausadas, e eu pensava: tá quase! Meu esposo segurava minha mão, a enfermeira Edna dançava comigo, eu pulava em cima da bola, ajoelhava e fazia sorriso pra foto, e já tinha tomado duas duchas mornas pra ajudar (nem acreditei que fosse possível a ducha, mas foooi).




Às 9:30 veio o médico, e mais uma vez fez o toque: quase 8 cm de dilatação! E ele disse: Tem um pouco de colo ainda, e a bolsa não estourou. Continuamos nosso ritual, minha pressão normal, bebê baixando no tempo dele... Passado das 10 da manhã, as dores tinham aumentado muito mais, e nisso eu já tinha até deitado no chão e perdido total o pudor. Parecia que a equipe estava um pouco inquieta, e nisso veio o médico pediu que eu deitasse na maca pra acompanhar, tinha passado de 8 cm de dilatação, então ele estourou a bolsa e retirou o restante de colo que disse ter, não fiquei muito feliz pois, com isso, as dores aumentaram e o incômodo também, e junto com esse ‘procedimento’ veio a frase: agora quando vierem as dores faça muita força que daqui a pouco o bebê nasce.


Depois disso minha memória selecionou os momentos, só lembro que segui sentindo muita dor e disseram pra mim com bastante calma ‘vamos pra sala de parto’ e eu fui. Deitada naquela posição estranha e com as pernas pra cima, iniciaram os procedimentos e pausaram o ‘humanizado’ da coisa.

Eu não sabia fazer a força que eles queriam, eles diziam ‘forçaaaaaa’ e eu respondia ‘então me ensina’. Me deu um pouco de desespero, confesso. E quando eles auscultaram o coração do meu bebê e os batimentos cardíacos começaram a baixar, eles ofereceram ocitocina e eu topei! Eles disseram: ‘se não fizer força agora vai ser cesárea’! PÁRA TUDO...

Eu fiz a maior força do mundo, junto com a dor, autorizado por mim (após ouvir que: ‘nesse buraco o bebê não passa’ e ‘com essa forcinha não vem neném’) o Obstetra deu um ‘pique’, a bendita episio, que eu não queria, eu dei o maior urro/grito/berro do mundo e meu Miguel nasceu, colocaram ele sobre o meu peito e eu só dizia: ‘é lindo, como é lindo, olha amor que lindo’, chorei muito... mas ver Miguel aliviou bastante meu coração. Não foi como o previsto, muito menos com as indicações que dei, mas escapei da cesárea e ainda estou esperando a episio sarar. Mas meu bebê tem a cada dia me ensinado o dom de ser mãe, e trazido alegrias ao meu coração... não posso de reclamar! :-)


Hayane Souza, 23 anos, parto normal com 41 semanas e 4 dias de gestação. Mãe do Miguel que nasceu com 3,585 kg e 52cm, totalmente saudável!"

19 de março de 2015

Lei das Doulas: Proposta vira projeto de lei em Rondônia. Todas na sessão


Em novembro de 2014 aconteceu em Porto Velho, sob a organização da ABENFO-RO, o Primeiro Seminário sobre Parto Humanizado de Rondônia, com a participação do obstetra gaúcho Ricardo Jones e vários profissionais do Estado.


Ao final dos trabalhos, foi entregue uma proposta de projeto de lei para a criação da Lei das Doulas à Deputada Estadual Glaucione Rodrigues. Na foto, a Enfermeira Obstetra Sandra Shulz, Presidente da Abenfo-RO entrega a proposta de projeto de lei à Luciana Portella, assessora da parlamentar.


A proposta agora virou projeto!

Entenda mais:
A Lei Das Doulas já é realidade em Manaus e em Blumenau e agora Rondônia está prestes a se destacar nacionalmente com a iniciativa que garante às Doulas livre acesso às parturientes em hospitais, maternidades, casas de parto, enfim. Doulas não são parteiras e não realizam procedimento médico ou de enfermagem, mas dão apoio físico e emocional cujos resultados são de eficácia comprovada através de evidências científicas! 

Restou provado que quando o suporte de trabalho contínuo foi fornecido por uma doula, os resultados foram:
1. Diminuição de 31 % na utilização de oxitocina
2. Diminuição de 28 % no risco de cesárea
3. Aumento de 12% na probabilidade de um parto vaginal espontâneo
4. 9 % de redução no uso de qualquer medicação para o alívio da dor
5. Diminuição de 14 % no risco de recém-nascidos a ser internado em um berçário de cuidados especiais
6. 34 % de redução no risco de estar insatisfeita com a experiência do nascimento

História:
Rondônia vem lutando por melhores condições obstétricas há muito tempo e durante anos figurou como Estado número um em nascimentos por cirurgia. O único da Região Norte onde os nascimentos por via cirúrgica superavam os por via vaginal. Estamos em segundo lugar atualmente, com quase 70% de cesáreas; índice muito superior ao estabelecido pela Organização Mundial de Saúde que é de 10 a 15%.

Porto Velho já conta com Equipe de Parto Domiciliar assistido e mais de 10 doulas atuantes!
Cacoal tem projeto com Doulas voluntárias na Maternidade Municipal desde 2014!
Tem parto humanizado em Ji-paraná, em Espigão do Oeste!
Vilhena conta com profissionais médicos e enfermeiros engajados na Humanização do Nascimento.


Um crescente movimento de mulheres e, mais recentemente, de Doulas, vem buscando a garantia de direitos básicos como o de se movimentar e se alimentar durante o trabalho de parto, além do cumprimento da Lei do Acompanhante, lei federal que já tem quase uma década e ainda é descumprida em muitos municípios.

Veja o Projeto já assinado e que irá para votação em breve!

Participe da sessão! Venha fazer coro com mulheres rondonienses em busca de mais saúde e segurança para seus partos!!!

Saiba mais aqui








Veja aqui como nasceu o bebê que recheia a barriga na foto inicial do post!

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