24 de maio de 2019

Relato de parto da Márcia: parto normal hospitalar com doula em Cacoal



Olá sou Marcia Nascimento, oficial psicóloga da Polícia Militar de Rondônia e docente do ensino superior, tenho 33 anos, casada com Leandro Teles. Acreditava que não podia engravidar até Deus me presentear com o Álvaro. Quando descobri que estava grávida começou minha busca em ter um filho saudável e buscar um parto natural para nós.

Bem, inicialmente, não compreendia muita coisa sobre o assunto, mas assisti o documentário "O Renascimento do parto" que foi o suficiente pra eu saber que se eu queria um parto natural precisaria buscar mais informação. Iniciei minha busca, minhas pesquisas, acionei uma doula, a Cibele, e me faltava um médico em quem eu confiasse realmente, que eu não duvidasse que iria querer me submeter a uma cesária e que tivesse em seu currículo boas experiências em parto natural.

Foi quando a Cibele me falou sobre a médica Lívia, obstetra recém chegada na cidade e que fazia parto humanizado. Marquei consulta e foi amor à primeira vista (rsrsrsrsrs)! Com 32 semanas mudei de obstetra. Senti confiança e sabia que estava diante de uma profissional que transmitia transparência e respeito ao protagonismo da mulher no parto.

A previsão de parto era para o dia 19/04/18 (segundo a ultrassom), mas no dia 03/04/18 por volta das 6 horas comecei a sentir cólicas que foram aumentando ao longo do dia, as quais julguei serem pródromos.

A Cibele tinha me orientado a ficar no chuveiro porque iria melhorar se fossem pródromos ou iria ganhar mais ritmo se fosse trabalho de parto. Às 14 horas fui para o chuveiro quente e eis que às 15h30 mandei mensagem pra a doula, pois minhas contrações já estavam durando em média 40 segundos num intervalo aproximado de 3 minutos... retornei para o chuveiro e às 16h20, meu tampão mucoso saiu com um pouco de sangue e a Cibele disse que provavelmente tinha uma dilatação acontecendo e foi para minha casa.

Quando a Cibele chegou eu tinha me transformado na louca do agachamento, pois era a única coisa que aliviava e meu esposo arrumando a mala da maternidade (porque, claro, gostamos de viver perigosamente e não tínhamos preparado-a rsrrsrsrsr.

Pouco tempo depois a médica chegou (sim, ela foi à minha casa), verificou os batimentos do bebê e fez o exame de toque que já estava com 9 cm de dilatação, a emoção tomou conta de mim e foi quando comecei a acreditar q estava em trabalho de parto ativo, pois até então estava subestimando.

A dra. Lívia saiu para mobilizar pediatra, equipe do hospital e os outros materiais. A doula e eu continuamos com agachamento, massagem, chuveiro até que minha bolsa estourou e o líquido saiu escuro, para mim estava tudo tranquilo (já que nunca tive uma bolsa estourada), mas a Cibele, sabiamente, para que eu não ficasse preocupada, ligou para a dra. Lívia longe de mim e avisou sobre a presença de mecônio no líquido. Algum tempo depois a Dra Lívia retornou a minha casa e fez novamente o exame comigo em mim, eu em pé no banheiro mesmo, sem necessidade de deitar, e orientou a irmos para o hospital. (Para saber mais: Mecônio é sinal de sofrimento fetal?)

Às 18h22 fomos para o hospital todos num carro só e quando chegamos na porta da emergência um taxista parou para pegar duas pessoas e demorou para sair, meu esposo começou a pedir para sair porque o filho dele estava nascendo e o taxista ao invés de sair rápido abriu a porta do carro para discutir (Affs, taxistas, não façam isso!)

Já dentro do hospital, fui recebida pela equipe de enfermagem e tive a feliz notícia de que o pediatra que eu queria para acompanhar meu parto, Dr Paulo Brasil, ainda estava no hospital. Fui levada direto para o centro cirúrgico e quando vi a maca perguntei onde eu ia ficar e o enfermeiro disse que eu poderia deitar na maca, mas não quis.



A Dra Lívia chegou já com os forros e começou a forrar o chão e em mais uma contração e claro mais um agachamento, não levantei mais. Nesse momento senti uma pressão diferente, mais forte, era o neném avisando que seria aquela hora. Por isso fiquei ali de cócoras, meu esposo atrás de mim me segurando e a cada nova contração eu sabia que era menos uma para ver meu filho, que eu precisava apenas relaxar, não fazer força e deixá-lo nascer.

Às 18:53 meu pequeno Álvaro estreou no mundo!

Meu nobre guerreiro e a emoção tomou conta do centro cirúrgico. A primeira vez que aquele piso tinha sido o palco do milagre da vida, de um parto natural, sem intervenção. Ficamos ali, meu esposo, meu filho e eu. O cordão umbilical ainda pulsando e nós admirando nosso filho.

Toda a equipe ali olhando, sem nos apressar, esperando e apoiando nosso momento. Após um tempo que não sei dizer quanto, cortei o cordão umbilical e o pediatra foi fazer os procedimentos com o bebê e o meu esposo acompanhando. A médica, a doula e eu ficamos ali no chão esperando até a placenta se soltar. Depois que meu esposo retornou com nosso filho fomos todos para o quarto.

Eu, parida, realizada, sem lacerações, sem episiotomia, com um parto humanizado, que respeitou o meu protagonismo e o do meu filho, que colocou o nosso bem-estar acima de tudo.

Alguns aspectos foram essenciais para que meu parto fosse como foi: O apoio incondicional do meu esposo, o conhecimento que busquei durante a gestação; autocuidado com minha saúde, mas, acima de tudo, a confiança nos profissionais que me assistiram de tal modo que se a Dra Lívia me dissesse da necessidade de uma cesárea eu não duvidaria, saberia que era realmente necessária como toda cesárea deve ser, para exceções.






2 de abril de 2019

Relato de parto da Juliane: parto normal hospitalar com doula em Cacoal

arquivo pessoal


Parto da Juliane e nascimento do Tito


Passados mais de um ano e só agora parei para escrever o meu relato de parto. Eis que agora só 10 meses após estou aqui, tentando com o meu relato ajudar e encorajar outras mães.

Eu morava em Brasília e a pouco tinha voltado a morar em Cacoal, me mudei para cá já grávida e com um menino de 2 anos (Arthur que nasceu de parto normal também). Confesso que quando me vi grávida durante essa mudança começou em mim muitos medos: medo de não conseguir médico que fizesse meu parto natural, medo de não achar uma doula, medo de precisar de uma UTI neonatal medo e mais medo...

Mas aos poucos fui ficando mais tranquila e os medos foram sumindo. No trabalho uma amiga minha me falou que uma colega dela era doula, essa colega era a Cariny, ela me adicional no grupo de gestante e logo vi que eu poderia sim ter um parto muito bom aqui em Cacoal.

Logo de inicio já procurei o dr. Donizete do HGO por indicação de uma amiga que tinha tido parto normal com ele. Gostei tanto dele que nem fui em outros. Ele me ajudou muito me passando confiança e aceitando e respondendo todas as minhas dúvidas.

Com 30 semanas, Gustavo (marido) e eu levamos o plano de parto para o Dr. Donizete ver e ajustarmos nossas vontades com as determinações e procedimentos dele como obstetra. Ele concordou com tudo que colocamos no nosso plano de parto e assim eu ainda fiquei mais feliz. Eu também fiz uma consulta pré-parto com a neonatologista do hospital a Dra. Sandra Lopes levando também um plano de pós-parto para o Tito, ela recebeu muito bem nossos pedidos.

No dia do parto....

No sábado dia 12 de agosto de 2017, véspera de dia dos pais, eu brinquei com o meu marido:

-Vou te dar o Tito de presente de dia dos pais. Dito e feito, eu que não sentia nenhuma dor ou contração, apenas dores na costa e nervo ciático (terríveis), no início da manhã de domingo

(Dia dos Pais) entrei em trabalho de parto ativo.

De início era um sangramento, pouco, mas me deixou alerta, era o tampão. Ligamos para o médico e avisamos que talvez iria ser hoje. Avisei minha mãe para ela não ir para a igreja porque talvez eu iria precisar da ajuda dela, que alias logo já estava na minha casa, minha tia também chegou para levar o Arthur para a casa dela, mas ele não quis sair de casa.

Nessa gravidez eu não fiz exercício nenhum, não pude fazer pois tinha hematoma. Então me dediquei à massagem do períneo, após a 37ª semana, e à respiração. Sim a respiração!!! Santa respiração! Das 07:30 até as 9:30 eu controlava muito bem a dor e as cólicas que iam e vinham, depois desse horário eu chamei meu marido para, com um aplicativo de celular, acompanhar as contrações e ver se elas tinham ritmo, e tinham!

Exatamente como vemos nos filmes e novelas... uma surpresa para mim, porque no meu primeiro parto minhas contrações eram muito irregulares. Quando as dores da contração vinham eu abraçava meu marido...

Estávamos só nos dois no quarto. Minha mãe e minha tia estavam com o Arthur, meu primeiro filho, na sala e eu passei esse tempo no quarto... respirando e me concentrando com os olhos fechados, nem vi esses momentos passarem.

Quando era por volta 11 da manhã, as contrações já eram fortes, mas eu ainda conseguia controlar a dor com a respiração e falava para o meu marido: "não esqueça de mandar eu fazer a respiração!"

Acabou que eu não esqueci e ainda brincava: você não está mandando eu respirar!

Quando deu meio dia, eu chamei a doula, as contrações estavam fortes e eu não conseguia sequer sentar. A Fabiola (doula) chegou rápido e com suas mãos santas me ajudou muito a suportar o insuportável.

Em pouco tempo chamei também uma enfermeira que fez um toque pois eu não queria ir ao hospsital sem muita dilatação. Mas minha dor já era tamanha que eu já não estava mais aguentando. Quando ela fez o toque falou que era mais de 6 centímetros, eu fiquei feliz e falei "vamos para o hospital porque eu não aguento mais não, já cheguei no meu limite e dei tudo que meu corpo poderia dar, estou em paz e seja o que Deus quiser".

Ligamos para o médico avisando que estávamos indo. Quando estava entrando no carro eu tive o aviso mais motivador do mundo, eu tive uma vontade de fazer coco! A contração da expulsão, falei para a Fabíola, vamos que o bebê vai nascer!

Durante a ida para o hospital eu sentia dor e felicidade, vou pegar meu filho nos colos daqui a pouco. Quando cheguei no hospital o centro cirúrgico estava ocupado e eu teria que ganhar no quarto, fiquei mais feliz ainda. 


arquivo pessoal

O Dr. me examinou e eu estava com 10 cm, o trabalho de parto deu uma parada, mas logo retomou com as contrações de expulsão, eu tive que me concentrar novamente, é muito comum estacionar o trabalho de parto se a gestante muda de ambiente.

Eu foquei, respirei e deixei vir, não obedeci nenhum comando de faz força, eu simplesmente deixei as contrações virem e ai sim ajudava o meu corpo, Tito nasceu depois de umas 3 contrações, ficou preço pelos ombros, mas sabiamente o Dr. Donizete agiu com muita destreza de quem já fez mais de 7000 mil partos e assim o Tito saiu pelas mãos do Gustavo. Cumpri com a promessa, o melhor presente!

Detalhe, meus dois partos foram de cócoras. Aluguei uma banqueta, porque infelizmente os hospitais não possuem. Dois partos naturais, dois partos totalmente diferente. A dor é muita, muito mesmo, mas é uma experiência transformadora. Os profissionais do HGO foram fantásticos, fiquei 100% satisfeita.

A forma como fomos atendidos sem burocracia já nos colocando no quarto foi maravilhosa. E minha doula Fabiola foi ótima!



Juliane é servidora pública e diz: "fui totalmente transformada depois de novembro de 2013, data em recebi meu teste de gravidez. Eu me vi encantada pelo mundo da maternidade. Adoro assuntos relacionados à gravidez, partos e filhos. Aqui, compartilho uma das duas experiências mais marcantes da minha vida (nascimento do Tito)".












































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