2 de abril de 2019

Relato de parto da Juliane: parto normal hospitalar com doula em Cacoal

arquivo pessoal


Parto da Juliane e nascimento do Tito


Passados mais de um ano e só agora parei para escrever o meu relato de parto. Eis que agora só 10 meses após estou aqui, tentando com o meu relato ajudar e encorajar outras mães.

Eu morava em Brasília e a pouco tinha voltado a morar em Cacoal, me mudei para cá já grávida e com um menino de 2 anos (Arthur que nasceu de parto normal também). Confesso que quando me vi grávida durante essa mudança começou em mim muitos medos: medo de não conseguir médico que fizesse meu parto natural, medo de não achar uma doula, medo de precisar de uma UTI neonatal medo e mais medo...

Mas aos poucos fui ficando mais tranquila e os medos foram sumindo. No trabalho uma amiga minha me falou que uma colega dela era doula, essa colega era a Cariny, ela me adicional no grupo de gestante e logo vi que eu poderia sim ter um parto muito bom aqui em Cacoal.

Logo de inicio já procurei o dr. Donizete do HGO por indicação de uma amiga que tinha tido parto normal com ele. Gostei tanto dele que nem fui em outros. Ele me ajudou muito me passando confiança e aceitando e respondendo todas as minhas dúvidas.

Com 30 semanas, Gustavo (marido) e eu levamos o plano de parto para o Dr. Donizete ver e ajustarmos nossas vontades com as determinações e procedimentos dele como obstetra. Ele concordou com tudo que colocamos no nosso plano de parto e assim eu ainda fiquei mais feliz. Eu também fiz uma consulta pré-parto com a neonatologista do hospital a Dra. Sandra Lopes levando também um plano de pós-parto para o Tito, ela recebeu muito bem nossos pedidos.

No dia do parto....

No sábado dia 12 de agosto de 2017, véspera de dia dos pais, eu brinquei com o meu marido:

-Vou te dar o Tito de presente de dia dos pais. Dito e feito, eu que não sentia nenhuma dor ou contração, apenas dores na costa e nervo ciático (terríveis), no início da manhã de domingo

(Dia dos Pais) entrei em trabalho de parto ativo.

De início era um sangramento, pouco, mas me deixou alerta, era o tampão. Ligamos para o médico e avisamos que talvez iria ser hoje. Avisei minha mãe para ela não ir para a igreja porque talvez eu iria precisar da ajuda dela, que alias logo já estava na minha casa, minha tia também chegou para levar o Arthur para a casa dela, mas ele não quis sair de casa.

Nessa gravidez eu não fiz exercício nenhum, não pude fazer pois tinha hematoma. Então me dediquei à massagem do períneo, após a 37ª semana, e à respiração. Sim a respiração!!! Santa respiração! Das 07:30 até as 9:30 eu controlava muito bem a dor e as cólicas que iam e vinham, depois desse horário eu chamei meu marido para, com um aplicativo de celular, acompanhar as contrações e ver se elas tinham ritmo, e tinham!

Exatamente como vemos nos filmes e novelas... uma surpresa para mim, porque no meu primeiro parto minhas contrações eram muito irregulares. Quando as dores da contração vinham eu abraçava meu marido...

Estávamos só nos dois no quarto. Minha mãe e minha tia estavam com o Arthur, meu primeiro filho, na sala e eu passei esse tempo no quarto... respirando e me concentrando com os olhos fechados, nem vi esses momentos passarem.

Quando era por volta 11 da manhã, as contrações já eram fortes, mas eu ainda conseguia controlar a dor com a respiração e falava para o meu marido: "não esqueça de mandar eu fazer a respiração!"

Acabou que eu não esqueci e ainda brincava: você não está mandando eu respirar!

Quando deu meio dia, eu chamei a doula, as contrações estavam fortes e eu não conseguia sequer sentar. A Fabiola (doula) chegou rápido e com suas mãos santas me ajudou muito a suportar o insuportável.

Em pouco tempo chamei também uma enfermeira que fez um toque pois eu não queria ir ao hospsital sem muita dilatação. Mas minha dor já era tamanha que eu já não estava mais aguentando. Quando ela fez o toque falou que era mais de 6 centímetros, eu fiquei feliz e falei "vamos para o hospital porque eu não aguento mais não, já cheguei no meu limite e dei tudo que meu corpo poderia dar, estou em paz e seja o que Deus quiser".

Ligamos para o médico avisando que estávamos indo. Quando estava entrando no carro eu tive o aviso mais motivador do mundo, eu tive uma vontade de fazer coco! A contração da expulsão, falei para a Fabíola, vamos que o bebê vai nascer!

Durante a ida para o hospital eu sentia dor e felicidade, vou pegar meu filho nos colos daqui a pouco. Quando cheguei no hospital o centro cirúrgico estava ocupado e eu teria que ganhar no quarto, fiquei mais feliz ainda. 


arquivo pessoal

O Dr. me examinou e eu estava com 10 cm, o trabalho de parto deu uma parada, mas logo retomou com as contrações de expulsão, eu tive que me concentrar novamente, é muito comum estacionar o trabalho de parto se a gestante muda de ambiente.

Eu foquei, respirei e deixei vir, não obedeci nenhum comando de faz força, eu simplesmente deixei as contrações virem e ai sim ajudava o meu corpo, Tito nasceu depois de umas 3 contrações, ficou preço pelos ombros, mas sabiamente o Dr. Donizete agiu com muita destreza de quem já fez mais de 7000 mil partos e assim o Tito saiu pelas mãos do Gustavo. Cumpri com a promessa, o melhor presente!

Detalhe, meus dois partos foram de cócoras. Aluguei uma banqueta, porque infelizmente os hospitais não possuem. Dois partos naturais, dois partos totalmente diferente. A dor é muita, muito mesmo, mas é uma experiência transformadora. Os profissionais do HGO foram fantásticos, fiquei 100% satisfeita.

A forma como fomos atendidos sem burocracia já nos colocando no quarto foi maravilhosa. E minha doula Fabiola foi ótima!



Juliane é servidora pública e diz: "fui totalmente transformada depois de novembro de 2013, data em recebi meu teste de gravidez. Eu me vi encantada pelo mundo da maternidade. Adoro assuntos relacionados à gravidez, partos e filhos. Aqui, compartilho uma das duas experiências mais marcantes da minha vida (nascimento do Tito)".












































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