6 de abril de 2018

Relato de Parto da Mariana: Parto normal hospitalar com doula em Cacoal

Arquivo pessoal

A Mariana já nos brindou com um relato lindo contando o nascimento da primeira filha, Alice, aqui e nos emocionando com uma carta à filha sobre os desafios de amentar com relactação, aqui.

Em 2014, ela precisou viajar até Brasília para conseguir o tão sonhado parto. Agora, a história foi bem diferente, e vamos com ela, saber como foi!



Relato de Parto da Mariana, nascimento do Mateus:





O Mateus já veio pra mostrar que cada gravidez e parto é totalmente único... a começar pela gravidez prolongada, enquanto minha primogênita não chegou a 40 semanas, ele nasceu com 41+3 dias... e já vou falando que esperar depois que passa das 40 semanas é muito difícil, não só pra mim, mas pra toda família... ainda bem que meu marido e minha mãe me apoiaram nessa espera, mas a vovó no final começou a ficar preocupada - fez até promessa.

Eu estava acompanhando com um médico aqui em Cacoal, mas com antecedência ele me avisou que viajaria 2 de outubro e minha DPP era 4 de outubro. Fiquei perdida e resolvi acompanhar com uma médica de Ji-paraná. Bom, antes de completar 41 semanas a médica fez um procedimento chamado descolamento de membrana para induzir o trabalho de parto naturalmente ... cheguei à conclusão que não foi uma boa ideia para mim, pois passei a sentir pontadas no útero, tive pródomos, câimbras, comecei a perder tampão, tudo ficou desconfortavel e confuso depois disso, o que gerou mais ansiedade. Passei uns dias agradáveis em família em Ji-Paraná à espera de Mateus e como não nasceu e o médico voltou de viagem, voltei pra Cacoal.

Na sexta feira, um dia antes do Mateus nascer, eu me senti muito desanimada com a gestação prolongada... tive enxaqueca a noite, me dei conta de algumas situações emocionais que podiam estar atrapalhando meu trabalho de parto de engrenar, foi uma noite muito difícil, onde eu já não sabia se conseguiria trazer meu filho ao mundo como sonhei ... no sábado eu tinha um ultra-som agendado, e sábado, 14 de outubro, foi o dia que meu marido fez questão de me acompanhar, apoiar, mostrar que estava realmente entregue a esse momento ... fizemos e estava tudo bem no ultra-som, saí de lá leve, mais animada, liguei para o meu médico e ele disse que então podíamos esperar mais tempo tranquilamente ...

Em casa dei as boas notícias para todos e fomos almoçar... e lá começou a fase latente do meu parto, comecei a ter contrações suportáveis, e foi assim o dia todo, estava com medo de criar expectativas, mas achava que estava próximo. Por orientação de uma amiga, tomei um chá que é uma mistura de canela, Pimenta do reino, gengibre, chocolate em pó...para ajudar no trabalho de parto.

Falei com Fabiola, minha doula, ela me orientou a tomar um banho bem quente pois se fosse mesmo trabalho de parto iria engrenar... enrolei o dia todo e umas 19h fui para o banho quente. Daí pra frente as contrações começaram a tomar ritmo, ficaram intensas, por volta de 21:30h resolvi chamá-la para ir lá em casa.

A doula chegou, me sugeriu dar uma volta no quarteirão, agachar, água quente, mas nessa altura eu não queria nada disso... a dor estava muito intensa, fomos para o meu quarto e com luz baixa, ela fazia massagens a cada contração... minha casa estava cheia, meus irmãos, os avós, todos esperando Mateus, mas todos respeitaram meu momento e tive privacidade. Minha mãe foi lá no quarto e perguntou se já tínhamos falado com o médico, foi quando decidi ligar e a doula falou com ele. Ele já pediu para nós irmos para o hospital,...graças a Deus no caminho não tive contração, mas assim que chegamos na porta do hospital veio uma forte, fomos então para a sala do médico, para fazer o toque, e mais contração, foi um sufoco deitar na maca para o toque ... e para a minha surpresa: 8cm de dilatação!!! Eu sabia que estava em TP mas não imaginava que estava tão avançado pois as contrações apesar de MUITO dolorosas, não chegavam a durar 1 minuto.

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Fomos para o quarto, eu, minha mãe, meu marido, a doula e o médico. Lá fui para o chuveiro quente, o que parece ter acelerado ainda mais o trabalho de parto. Fiquei apoiada na bola de pilates, com a água quente caindo nas minhas costas, enquanto minha mãe segurava a bola para dar estabilidade, a doula massageava minhas costas, disse a ela qual jeito me aliviava mais, ela me disse palavras de incentivo, pois estava sendo muito intenso e rápido, o que acredito ter tornado MUITO doloridas as contrações.

A pediatra chegou, e como já havia pedido pra doula, ela conversou com ela sobre não pingar o nitrato de prata, esperar o cordão pulsar, amamentar na primeira meia hora. E ela voltou me tranquilizando que estava tudo certo com a pediatra, que ela tinha aceitado.

O médico veio na porta do banheiro e perguntou como estava e disse que na hora que eu começasse a ter vontade de fazer força, sair do chuveiro. Logo eu comecei a sentir e quis sair, me embrulharam numa toalha,desligaram o ar, o médico fez um toque (mega incomodo) e já estava com 10 cm!

Ele me perguntou se queria ir para o centro cirúrgico ou ficar no quarto, optei ficar lá mesmo no quarto, e adorei a opção. Fiquei na cama apoiada na bola de pilates, tipo 4 apoios, mas a perna cansou e o médico tinha falado que se eu deitasse faria manobras pra proteção do períneo durante o expulsivo, mesmo com todas as informações sobre essa posição não ser favorável para ganhar bebe, achei confortável na hora e fiquei deitada, primeiro de lado com a perna apoiada e depois virei e fiquei deitada mesmo.

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A doula começou a colocar travesseiros nas minhas costas pra ficar mais vertical, usei uma bolsa de água quente no pé da barriga pra aliviar as dores das contrações e meu marido foi parceirão e segurou minha mão e me abanou com um leque, pois eu sentia frio e calor. Achei demorado o expulsivo, e não me toquei na hora que pode ter sido exatamente a posição, pois não tinha a gravidade ajudando.

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Depois de muita força, muita dor, quando meu bebe coroou, o médico ainda segurou a cabecinha para não sair de uma vez e preservar o períneo, mas eu pedi: “por favor, alguém me ajude!”. Aquilo não acabava nunca. Minha mãe disse: “coitadinha Dr”... depois que coroou, tinha uma circular de cordão, que tranquilamente o médico tirou e...

De mãos dadas com meu marido, com o carinho da minha mãe, apoio da minha doula, meu caçulinha chegou ao mundo e veio para os meus braços. Alguns segundos de tensão até soltar seu primeiro chorinho, meu presente divino veio me transformando mais uma vez, renasci como mãe do Mateus, mãe de dois, mãe de menino, mãe de segunda viagem.

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Peguei meu pacotinho, disse “é a mamãe, filho”, ele me olhou nos olhos, nos conhecemos e reconhecemos ...o papai cortou o cordão: “agora é com você, filho”, amamentei na primeira meia hora, meu bezerro já sabia mamar, pega correta. Demorou ainda até que a placenta nascesse e eu levasse alguns pontos superficiais, enquanto o papai e a vovó o acompanhavam na pediatria, um meninão de 50cm e 3425kg, 14/10/2017, às 23:05h.

   
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E eu sou só gratidão, minha família está mais completa, tudo correu perfeitamente como planejado, ele encheu minha vida de amor, fé, leveza. Obrigada

Deus, minha mãe Maria, minha mãe Laurinha maravilhosa e companheira de todos os momentos, meu marido que ficou ao meu lado de mãos dadas(como devemos seguir sempre), Fabíola pelo incentivo e conforto. Obrigada a minha família e a do marido que estava em peso à espera de Mateus. A todos os amigos que fizeram oração, vibraram e torceram por nós!!! Gratidão também aos médicos que me assistiram, por me respeitarem em minhas escolhas, pelo profissionalismo e competência!

Minha familia, projeto de Deus!

Obs.: como relatado antes, minha filha Alice nasceu em Brasília e toda minha experiência de empoderamento, meu e da família e busca por conhecimento, foi maior na sua gravidez. Como já estava mais segura e tranquila dessa vez, pois eu já tinha dado à luz uma vez, escolhi ficar na minha cidade e casa pra ganhar o Mateus. E como estamos no blog parto em Rondônia, posso afirmar seguramente para as gestantes empoderadas que buscam um parto natural, que minha experiência de nascimento do Mateus não deixou nada a desejar quando comparada a da Alice.

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Já estamos contando com médicos super adeptos ao parto humanizado, tive um excelente pré natal tanto com a médica em Ji-Paraná quanto com o médico em Cacoal, e um parto incrível e super respeitoso aqui. Dessa vez a pediatra não pingou o nitrato, o que era um grande desejo meu e o médico me ofereceu parir ali no quarto, o que também me deixou muito feliz e satisfeita de não ter que deslocar para o centro cirúrgico com tanta dor e por considerar um ambiente mais aconchegante do que o centro cirúrgico.

Muito animada por ver a sementinha que nossa amiga Cariny, através da iniciativa desse blog e muitas outras iniciativas como a roda de gestantes absolutamente gratuita e rica em informações, e outras ações em prol da humanização do nascimento, dando frutos e hoje contamos com doulas super capacitadas no estado de Rondônia, como a Fabiola aqui em cacoal, médicos como esses que já citei aqui, que estão cada vez mais abertos, enfim! Orgulhosa por não precisar me descolar para ter mais uma vez essa vivência tão transformadora e especial!

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Obrigada, Mariana, você é INSPIRAÇÃO...
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