16 de março de 2015

Relato de parto da Dani: parto normal hospitalar em Espigão do Oeste


A Dani conseguiu o improvável: saiu de uma grande capital que já conta, inclusive, com equipes de parto domiciliar (Cuiabá/MT) e veio parir no interior de nosso Estado. Conseguiu esta experiência linda que vocês verão, graças a profissionais cada vez mais engajados em proporcionar protagonismo à parturiente!

Dani tinha o mais importante: uma equipe dedicada e apoio e amor incondicional do marido e da família! Não tinha como ser diferente...



A chegada do João Pedro

A vinda do João Pedro para nossas vidas fora uma grande surpresa, tanto eu quanto meu esposo não esperávamos por essa grande novidade, mas isso não nos intimidou - em momento nenhum - em gerar, durante nove meses uma nova pessoa, com muito amor e carinho.

Como morava em Cuiabá há pouco mais de um ano, não me sentia segura em tê-lo tão longe da minha família. Ainda sem informação, me preparava para uma cesária desnecessária. Até um dia, em uma festa de casamento, eu encontrar uma cliente (Luciana) do escritório onde eu trabalhava, que abrira minha mente ao relatar seu parto. A partir daquele momento, tive a certeza que era aquilo que eu queria para minha vida e para a do meu filho.

Como já tinha em mente ganhar nosso João Pedro em Rondônia, comecei então uma busca por uma Doula. Foi então que apareceu minha amiga Geisy que estava perto de ganhar o seu João e ela teria contratado uma Doula, em Cacoal, que desde o primeiro contato me dera várias dicas, inclusive a de assistir ao filme "ORenascimento do Parto", que foi crucial para fortalecer ainda mais minha decisão. Então, a partir desses contatos, comecei a me preparar física e psicologicamente para o meu parto.

Ao 8° mês de gestação, segui com minha viagem de Cuiabá para o interior de Rondônia, deixando meu esposo, pois não poderia vir por conta do trabalho. De coração apertado e ainda meio sem rumo em relação ao meu obstetra e ao local do parto, cheguei em Espigão d'Oeste. Ao contatar uma Doula, ela me informou que não poderia me acompanhar no meu parto, o que já me deixou muito desanimada em relação a seguir com a ideia do parto natural. Ela me sugeriu conversar com um obstetra que ela conhecia e que atendia em Espigão do Oeste (um anjo-parteiro que apareceu na minha vida! kkkkkkk) o qual, na primeira consulta, já com 35 semanas, me fez voltar a me animar!

Seguimos com as consultas rotineiras da reta final, e algo me incomodava muito: João Pedro não encaixava. Com 38 semanas (dia 04/02/2015), na última consulta antes do parto, ele estava na posição, mas não encaixava por nada nessa vida, o que me deixou muito preocupada.

Naquela semana teria passagem para lua cheia e minha Vózinha disse que ela predominava fortemente sobre as gestações por 3 dias antes e 3 depois rsrsrsrrsrs. Se influenciou mesmo eu não sei, mas no dia 06 de fevereiro acordei me sentindo estranha, tomei meu café e voltei a deitar. Dormi um pouco e, quando fui ao banheiro, me dei conta que meu tampão havia saído. Liguei para o médico, e ele me disse para esperar, pois eu poderia entrar em trabalho de parto em 48 horas ou só em uma semana. Liguei para meu esposo para contar sobre a novidade, o que deixou ele bem apreensivo sobre como seria de agora pra frente. Comecei então a fazer exercícios em casa na bola suíça, passei a tarde fazendo exercícios com intervalos.

Então, no outro dia amanheci com cólicas, pequenas contrações que vinham sem ritmo e com pouca intensidade. Voltei a ligar para meu obstetra e ele disse para eu ir até ele para examinar. Peguei o telefone para ligar para meu tio me levar... quando desliguei minha mãe me liga pedindo para esperar, pois tinha alguém querendo me ver. Quando ela chega, chega junto meu esposo, que viajou a noite toda escondido de mim para não me deixar preocupada: sim, ele viajou 12 horas de carro para estar com a gente! Segurei para não chorar, devido a todo o esforço dele para poder estar presente nesse momento tão especial para nós três!!!

Seguimos para a consulta e, ao ser examinada, o meu GO disse que eu ainda não estava em trabalho de parto, mas que o João Pedro encaixou!!! O que me deixou feliz, porém apreensiva, pois como meu esposo só teria 5 dias de licença não poderíamos esperar mais tanto. De coração apertado voltamos pra casa.

Passamos a tarde toda juntos matando a saudade, com muito carinho e muita liberação de ocitocina <3. Fomos dormir cedo naquela noite, pois ele estava cansado de viajar a noite toda e eu com bastante dores desreguladas. Durante a madrugada, as contrações pegaram ritmo, vinham de uma e uma hora e depois de meia em meia, mas ainda consegui descansar um pouco. Às 4:00, fui ao banheiro e me dei conta que o restante do tampão havia saído, voltei a dormir. Às 6:00 acordo ensopada, com muito liquido vazando... sim, minha bolsa havia rompido.
Liguei para todo mundo avisando, e fomos para o hospital publico da cidade para que eu pudesse ser examinada pelo plantonista, e então a notícia, eu estava em TP com 1 cm de dilatação!!! Voltei para casa, tomei um café da manhã reforçado, com contrações de 10 em 10 minutos, fomos para o hospital às 09:00 da manhã daquele domingo com 3 cm de dilatação, e ali começou uma viagem sem volta para a vinda do meu João Pedro.
Quando digo uma viagem, é porque essa é a principal referência que tenho do meu parto! Uma viagem repleta de amor, carinho e principalmente RESPEITO pelos profissionais que ali me assistiam. Durante todo meu trabalho de parto tive um apoio incondicional de todos, quando digo todos vai desde minha família até os profissionais presentes ali.

Ao meio dia meu médico pediu para que o hospital trouxesse almoço para mim... SIM, MEU OBSTETRA QUERIA QUE EU ALMOÇASSE!!!! (HAHAHAHAHA) Mas as contrações, assim que chegou o almoço, ficaram bastante intensas, com intervalos de apenas 1 minuto.


Tive direito a tudo, bola suíça, chuveiro, música ambiente, massagem na lombar, almoço (apesar de não conseguir comer) e, principalmente, a presença das pessoas que eu mais amo nessa vida. Devido a essas e outras coisas serei eternamente grata ao meu médico e à enfermeira do hospital.


Aproximadamente as 16:30, com 7cm de dilatação, fui para a famosa partolândia, consumando quando digo uma viagem em relação ao meu parto, pois nós viajamos mesmoo... pude sentir contração por contração, sabendo que eu poderia pedir uma cesária para amenizar aquela dor, mas quanto mais meu corpo sentia dor, mais vontade eu sentia de ir até o fim... fui tomada por uma garra que eu não sei da onde veio, tudo isso acompanhada pela minha família e principalmente pelo meu esposo, que esteve comigo o tempo todo, foi pra de baixo do chuveiro comigo e tudo!!!


Às 18:00, sentada na bola suíça, constataram dilatação total. Nesse momento, voltei a mim e à realidade de estar tão perto de trazer o meu menininho ao mundo! No que eu fiz força na bola, senti ele descer de uma vez só, mas acabou voltando! Tentei posição de cócoras, mas ele não vinha, até que fomos pra cama. Ali começou outra etapa, já sem forças gritei por uma cesária, mas meu médico e todos ali confiaram em mim e eu senti queimar, a cada descida do meu amor! Estavam na sala: minha mãe, minha irmã, minha avó, minha tia e meu esposo! Meu esposo falava no meu ouvido: Vai, você consegue, é nosso príncipe que ta vindo. Eu ouvia todos torcerem como num jogo de futebol. Hahahaha

Mas eu estava sem forças, e estava me dando conta disso, não comi nada o dia todo!! Estava sustentada pelo café que havia tomado há doze horas atrás... então me aplicaram um soro de glicose. Até que senti o João Pedro coroar, e de repente veio uma força fora do comum, uma força que o meu corpo consciente não tinha mais, era o meu corpo trabalhando da forma mais fantástica que poderia acontecer, e eu fiquei fora de si por uns 3 segundos!
E então comecei a escutar todos comemorando, meu esposo com a cabeça abaixada no meu ombro soluçando de chorar, e então me dei conta que meu mais sincero amor acabava de nascer... ao escutar seus gemidinhos!!<3


Passado esse momento, já peguei ele colo, olhei para o rostinho dele, ele com os olhinhos abertos reparando tudo, e então eu disse: NÓS CONSEGUIMOS MEU AMOR!! E ele com apenas um gemidinho me respondeu! Em seguida amamentei ele, ali mesmo, ainda ligados pelo cordão que fora cortado pelo meu esposo.


Pari meu João Pedro, que nasceu com 50 cm e 3.600 kg, depois de 12 hrs de trabalho de parto, sem NENHUMA intervenção desnecessária, sem soro, sem episiotomia, e principalmente, com todas minhas vontades respeitadas! Foi lindo, perfeito, muito além do que eu imaginava ter, pois muitos me diziam que eu era louca de sair de uma capital como Cuiabá e vir parir no interior de Rondônia, mas eu vim com a cara e a coragem, e fui assistida da melhor forma possível!

Nós mulheres, somos fortes, sabemos parir!!! E nossos bebês sabem nascer, só basta esperar sua hora! Serei eternamente grata a minha família pelo apoio integral em todas as doze horas de trabalho e à equipe do hospital, que eu não sei como teria sido se não fosse eles! Meu médico e minha enfermeira: vocês são meus DIVOS PARTEIROS! Obrigada por tudo, mas principalmente por me ajudarem a ser a protagonista do meu parto!

6 comentários:

  1. #Partiu para Espigão, kkkkk.Quanto respeito, quanto amor.Alguém sabe me dizer se o hospital é publico?

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    1. oi é particular. Mas conta cm uma equipe maravilhosa, a enfermeira em questão foi a Janete, minha vizinha, e em quem confio muito.

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  2. Que lindo me emocionei!
    É no Santa Cecília mesmo? Qual o nome do médico?

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  3. Isso não é comentário sim um jornal ? Como se outras mulheres tbm não tiveram filhos afss to fóra

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