19 de março de 2015

Relato de Parto da Maria: VBA2C parto normal após duas cesáreas a caminho da maternidade, em Porto Velho


Parto normal após duas cesáreas? Sim, acontece em todo país, com segurança, sob os cuidados de equipes experientes. Com Maria Divina foi um pouco diferente... abalada por experiências terríveis passadas nas duas cesáreas que sofreu para ter suas filhas, ela relutou tanto para ir à maternidade que seu bebê veio a caminho, dentro do carro!

Este espaço não faz apologia ao parto desassistido. Embora saibamos que intervenção aumenta os ricos durante o trabalho de parto e que muitas más conduções são responsáveis por desfechos trágicos, a luta é para que todas as mulheres possam ter experiências dignas e seguras de parto e que bebês possam nascer de forma saudável em partos normais bem conduzidos ou cirurgias bem indicadas, tudo conforme os protocolos da Medicina Baseada em Evidências Científicas.

Maria Divina só fugiu porque não estava certa de que poderia viver uma experiência diferente das anteriores... só fugiu porque não confiou plenamente em nosso sistema de saúde... e é isto que está muito errado! Toda mulher merece ser acolhida com respeito e dignidade, merece ser protagonista de seu parto e as instituições públicas e privadas devem estar preparadas para receber esta mulher...

Para saber mais:

Clique aqui sobre indicações reais e fictícias de cesárea

Clique aqui para saber sobre parto humanizado

Clique para conhecer o documentário O Renascimento do Parto

Clique aqui para saber mais sobre doulas 

E vamos ao relato:



Me chamo Maria Divina S. e Silva Brasil, tenho 34 anos e, após duas cesarianas, eu tive um parto 100% natural, contra todo um sistema manipulador que sempre disse que eu seria incapaz de conseguir um parto normal após duas cesarianas.

Há pouco mais de 2 anos atrás eu tive uma experiência extremamente amarga ao tentar ter minha filha de um parto natural. Fui humilhada, destratada, assediada como mulher por um profissional da saúde que, desde o inicio, disse que eu não teria um parto normal e mesmo tendo dilatado 10 cm ele (médico) não quis esperar e me levou pra uma cesariana, após 20 horas de trabalho de parto.

Enfim engravidei novamente e mesmo tendo vivido essa experiência ruim, o sonho bateu forte dentro de mim novamente. Então decidi fazer tudo que estava ao meu alcance... estudei, li muitos relatos, documentários, informações de todas as fontes, cuidei da alimentação, procurei me exercitar e desejei alguém que pudesse me ajudar. E encontrei uma pessoa perfeita que foi um anjo em minha vida, a doula Iaci Cajo.

Com 39 semanas e 3 dias minhas contrações iniciaram pouco antes das 4 da manhã do dia 06/03, já estavam incomodando um pouco, em intervalos de 30 em 30 minutos e tentei ficar um pouco mais na cama. Não consegui mais dormir, levantei, organizei algumas coisas na casa e quando foi 7:15h acordei meu marido e avisei que o neném estava a caminho e que tinha que levar nossas filhas para a creche, então liguei para a doula e esta chegou logo em seguida.

Ficamos conversamos e as contrações foram só evoluindo. Caminhei um pouco pelo condomínio onde morava, fiz agachamento e quando vinham as contrações eu procurava achar a melhor posição, porém a que me sentia melhor era de joelhos na bola. Nesse intervalo de tempo tentava comer ou beber, mas nada parava no estomago, me sentia um pouco fraca.

La pelas 10 horas, as dores foram ficando cada vez piores e eu estava inquieta, com o carinho e atenção da doula que me ajudava com palavras de incentivo, massagens, apoio emocional, eu queria meu esposo o tempo todo comigo e me apoiava nele sempre que vinha as dores e continuou assim.


As dores foram ficando mais intensas! Ah e porque não fui para maternidade? Porque desde o inicio eu decidi lutar por um parto natural, sem me sentir roubada, humilhada e passar por uma cirurgia desnecessária. Eu decidi ser a protagonista do meu parto, decidi acreditar em mim e no meu corpo, entendi que sou perfeita, meu corpo é perfeito e funciona.

Enfim perto do meio dia, as dores estavam bem fortes e comecei sentir vontade de fazer força e tentava me controlar para não fazer, sentia ele descer e percebia que estava cada vez mais perto de ver meu príncipe, mas preferi não dizer nada para a doula nem para meu esposo. Já estava tão forte que eu pensava em não aguentar mais.

Minha doula, percebendo minha mudança de comportamento, disse ‘vamos, já está na hora’. Ainda tentei relutar, pois sentia que estava perto demais e eu sabia que não chegaria a tempo na maternidade... mas, meu marido também falou para irmos para a maternidade e fomos todos para o carro.

Entrei no carro e no segundo quebra mola do meu condomínio, senti um dor fortíssima e uma vontade incontrolável de fazer força! Gritei pedindo que a doula me ajudasse e então vi meu pequeno Aharon Levyh sair, todo empelicado, chorando ainda em sua bolsa de água e só conseguia agradecer aquele que me criou e tornou tudo isso possível!


Ela o pôs em meus braços, muito emocionada, eu o segurei e dei mamá e continuamos seguido para a maternidade. Ao chegar lá meu marido cortou o cordão umbilical.


Eu pari um parto sem nenhuma intervenção, sem toque, sem episiotomia... meu filho não sofreu agressão nenhuma. Escrevo este relato com 12 dias de pós-parto já faço tudo sozinha, minha recuperação foi perfeita e para quem viveu duas cesarianas sabe bem o que isso significa.

Portanto se o sonho é seu acredite, confie. Vá ate o limite de suas forças e vença.Obrigada ao meu esposo querido que me amou e me ajudou. Agradeço à querida doula Iaci Cajo, você fará parte desta história para sempre.

Provérbios: 23. 7. Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim é

2 comentários:

  1. Muito lindo, forte, intenso, humano, verdadeiro, puro e transformador!!! #Pelodireitoaorespeitonoparto#

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  2. Muito lindo, forte, intenso, humano, verdadeiro, puro e transformador!!! #Pelodireitoaorespeitonoparto#

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