25 de novembro de 2013

Filme O Renascimento do Parto em Cacoal Rondônia: da estreia com estudantes à despedida com uma parteira tradicional...


por Cariny Cielo

O filme O Renascimento do Parto estreou em Cacoal dia 18 de novembro. Pela primeira vez, rondonienses puderam assistir o documentário recorde de bilheteria no país e que aborda, de maneira sensível e corajosa, uma questão de saúde pública: a violência sofrida pelas mulheres no momento do parto e o abuso de cesarianas feitas por conveniência.

O que esperar de uma sociedade nascida pela marca da violência de um parto normal sem respeito ou por via cirúrgica onde o hormônio do amor, a ocitocina ou é sintético ou é anulado por uma cesariana eletiva? Foi a pergunta-chave que restou do filme...

Ficou confirmado pra mim algo que já era bem claro: as mudanças precisarão vir das mulheres. Nós, usuárias dos serviços de saúde é que temos que deixar claro que sabemos exatamente o que queremos e porque queremos...

"Não me corta, porque eu sei o que eu tô perdendo". A obstetriz Ana Cristina Duarte, no filme, explica exatamente essa realidade da sociedade capitalista que se move conforme uma demanda! É isso, as mudanças ocorrem segundo demanda e essa demanda tem que ser exercida pelas gestantes, pelos pais, pelas famílias... eu já disse muito isso por aqui, o tempo não é de 'deixar a vida acontecer naturalmente' porque nosso sistema obstétrico não permite isso...

O tempo é de luta, embora nosso objetivo seja a paz... o nascer em paz!

E embora não seja óbvio - ainda - para muitas pessoas, a importância da vinda do filme pra cá e de se levantar debates em uma seara antes intocada - a das condutas médicas no nascimento - foi um dia relevante e que deixou sementes nestes Estado que carrega o vergonho título de número 1 em nascimentos por cirurgia...



Teve exposição de fotos na entrada no Cine Art Cacoal com fotos da Semana Mundial de Respeito ao Nascimento da Parto do Princípio com ajuda da fisioterapeuta Mayara Tassi.


Teve gente agradecendo e comemorando muito a oportunidade, como a Juliane, da cidade de Rolim de Moura, estudante de biologia da Facimed, casada também com um biólogo e que me disse: "eu busco informação há muito tempo e quero muito ter filho de parto humanizado. Meu marido é biólogo, eu estudo biologia... a gente sabe que somos mamíferos e que o melhor parto é o parto mais natural possível".



Alguns médicos prestigiaram a estreia. Mas a presença maciça ficou por conta dos acadêmicos de enfermagem e medicina da Facimed Cacoal, orientados pela Coordenadora do projeto, professora Tânia Roberta Furtado e pela também professora Helizandra Bianchini Romanholo. A Faculdade de Pimenta Bueno também veio, em um ônibus particular.

Teve a presença especial do Conselho Municipal de Direitos da Mulher e da Presidente do Conselho Municipal de Saúde.


(foto: professora Helizandra Bianchini Romanholo, conselheira de saúde Edna Mota, 
enfermeira Clarice Hamanaka, Cariny Cielo, Tânia Furtado e Flávio Ferrari)



Após a exibição do filme, entreguei dois exemplares do livro 'Memórias do Homem de Vidro', do obstetra e homeopata Ricardo Jones - que participa do filme - à Facimed, por meio da enfermeira Tânia Roberta Furtado e ao pediatra Flávio Ferrari, que é coordenador do curso de medicina da Facimed e apoiou o projeto de extensão acadêmica. Com direito à autógrafo!

O filme seguiu em cartaz na terça, quarta e quinta-feira para alguns poucos interessados. Na quarta-feira eu fui com algumas amigas e, talvez por estar mais relaxada, não tão envolvida com as organizações da estreia, pude curtir mais a telona.... e chorar... o parto roubado e toda a violência obstétrica sofrida, mas chorar também a emoção de ter, enfim, vivido o nascimento de um filho como maior evento de fé da minha vida, compreender minha fuga do sistema. Definitivamente, o filme fez um eco especial dentro de mim. O filme faz eco dentro de cada um que assiste.

Agora, a emoção mesmo ficou por conta da despedida! Sábado, dia 23 de novembro, em horário alternativo, às 11:00 horas, assisti o filme na presença de uma doula de Porto Velho, a Izabella, da Bello Parto e com uma parteira tradicional de Cacoal. Algumas estudantes de pós-graduação em obstetrícia também prestigiaram.


A Izabella saiu do filme muito emocionada, não por ter sofrido violência obstétrica, como acontece com a grande maioria... não, ela chorou um choro de encontro, de harmonia, de felicidade e encantamento. A emoção de encontrar um lugar no mundo, uma missão... a emoção de, como ela mesmo falou: "perceber tão nitidamente, a razão pela qual eu nasci"

A parteira é pioneira em Cacoal e vai fazer 70 anos e durante mais de 3 décadas 'pegou menino' como ela mesma diz. Emocionou-se ao ver um tema que permeou sua vida ser tratado com tanto respeito e importância. O nascimento natural agora ganhou as telonas! Ela voltará aqui para uma entrevista super emocionante divertida.

E acabou. O filme foi embora deixando um  nó na garganta de muitos e um novo olhar sobre o nascimento em outros tantos...


pelas pessoas que agradeceram a oportunidade de ver um tema afeto aos grandes centros chegar até aqui...
pelos estudantes que tiveram a chance de, não apenas ler, mas ver a outra história do nascer...
pelos homens que entenderam que não se trata de um tema só de mulheres...
pelas mulheres que saíram chorando aos soluços ao perceberem o que seu íntimo já sabia...
pelas gestantes e futuras gestantes que tiveram a chance de ainda discutir uma via respeitosa de nascimento aos seus filhos...
pela parteira que chorou quando viu a Naoli Vinaver dizer 'nós mulheres gostamos de parir'...
pelos encontros e sensação de pertencimento constatados através daquelas imagens...
por todas as lágrimas e por todos os sorrisos...
Gratidões eternas!


E você? Assistiu o filme? Conte como se sentiu...


Divulgação:
Rondonia In Foco
Saiba Aqui
Agito RO
Com Festas
O Combatente
Acadêmicos de Medicina Facimed
News Rondônia
Cine Art Cacoal

12 de novembro de 2013

O Renascimento do Parto em Cacoal Rondônia


por Cariny Cielo

A FACIMED, a Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal – Rondônia, aprovou o projeto de extensão “O Renascimento do Parto em Cacoal” de autoria da enfermeira obstétrica Tânia Roberta Furtado que é professora do curso de enfermagem da instituição.

O curso é coordenado pela enfermeira Janice Segura, que acompanha o projeto. O objetivo é estimular a participação dos acadêmicos na exibição do filme nas sessões do Cine Art Cacoal. A proposta é realizar debates, inclusive em salas de aulas, acerca do filme, como forma de amadurecer o assunto em Rondônia.

Tal participação é de extremo valor e importância uma vez que envolver a classe acadêmica é valioso para levantar discussões de qualidade, promover reflexões e enriquecer o pensamento dos futuros profissionais.

O tema é relevante e a comunidade acadêmica é uma força motriz, fomentadora de mudanças e de conscientização.

São, ainda, colaboradores do projeto: o médico Flávio Ferrari, professor do curso de medicina da instituição e a educadora perinatal Cariny Cielo, membro da rede Parto do Princípio.



Para saber mais:

CACOAL É A PRIMEIRA CIDADE DE RONDÔNIA A EXIBIR O FILME "O RENASCIMENTO DO PARTO"

Em exibição inédita no Estado de Rondônia, dia 18 de novembro, o Cine Art de Cacoal, de propriedade de Paulo Roberto Bezerra, trará o filme nacional "O Renascimento do Parto" que já é um dos documentários de maior bilheteria na história do cinema nacional e exibido em mais de 40 cidades.

O filme bateu o recorde brasileiro de crowdfunding (financiamento coletivo), foi selecionado para festivais internacionais de cinema em Los Angeles, China, Venezuela e Colômbia, selecionado para o XIV Projeta Brasil Cinemark entre os 28 melhores filmes de 2013 segundo a Rede Cinemark e convidado pela Secretaria Geral da Presidência da República para ser exibido no Palácio do Planalto diante ministros e autoridades.

O filme aborda, de maneira sensível e muito tocante, uma questão de saúde pública: o excesso de cesarianas e a mercantilização do nascimento no Brasil, que é campeão de nascimentos por cirurgia no mundo. Rondônia, neste aspecto, carrega o vergonho título de primeiro lugar do país, por três anos consecutivos, conforme dados do DATASUS.

Cine Art estreará o filme em Cacoal, cidade que é polo universitário dos cursos de medicina, enfermagem e técnico em enfermagem, embora o tema seja de interesse geral e de imensa relevância mormente tratar-se de tema que envolve todos direta ou indiretamente.

"Foi uma longa jornada conseguir o contato com a distribuidora do filme, mas estou vendo que todo esforço tem valido a pena. A equipe do filme é formada por pessoas espetaculares que estão neste projeto apenas por amor", conta Camila Duarte, gerente do Cine Art Cacoal que ficou sabendo do projeto através da Parto do Princípio, rede nacional de mulheres em prol da maternidade ativa

Imperdível: Dia 18 de novembro, segunda-feira, às 20:00 em pré-estreia para convidados e a partir do dia 19 de novembro, todas as noites às 22:00 horas.

Assista o trailer


7 de novembro de 2013

Relato de parto da Eva: parto normal hospitalar


A Eva chama o próprio de parto de uma 'Saga'! É um termo que descreve bem tudo o que teve que lutar para conseguir um atendimento digno no momento do nascimento de sua filha. Ela sofreu desde violências verbais do médico - antes, durante e, até mesmo, depois do parto - até condutas de rotina reconhecidamente desaconselhadas pela Organização Mundial de Saúde.

Estaríamos avançando bastante na qualidade de atendimento às gestantes se houvesse a cultura do Plano de Parto. Ele é recomendado pela OMS há décadas, mas ainda é desconhecido no Brasil!

Eva, mesmo conhecedora de seus direitos, ela sofreu violência obstétrica. Como ela mesmo diz "não conseguia chorar, só olhava para onde eles estavam com a minha filha. Podia ter sido um parto lindo! Me preparei para isso. Só que cai nas mãos de um açougueiro. Mesmo com toda força e informação, ainda assim fui vítima do sistema.".

E, para quem sofre violência obstétrica, saiba aqui, como denunciar...





Eu e o meu marido, fomos namorados a 5 anos atrás. Terminamos e ficamos esses longos 5 anos sem nos ver. No dia 23 de janeiro do ano passado nos reencontramos e decidimos voltar. No meio do ano, passei por um estresse muito grande, que desencadeou uma doença que até então eu não sabia nada a respeito.

Herpes Genital, mas, além disso, também sofri um aborto espontâneo. Eu não sabia que estava grávida, não tinha sintoma nenhum de gravidez. A primeira crise de herpes, eu tratei como se fosse uma infecção urinaria. O médico nem me examinou, perguntou o que eu sentia e me receitou antibióticos para infecção. A segunda crise, eu estava com poucas semanas de gestação, (uma gestação que até então eu não sabia). Certa tarde eu senti uma cólica muito forte e de repente uma água quente saiu de mim, acompanhado de um sangue bem vivo. Liguei para um amigo enfermeiro e disse que estava sentindo, ele me disse que isso poderia ser um sintoma de aborto, passou na minha casa e me levou para a maternidade, o que confirmou a suspeita. Ao me examinar, a enfermeira notou algumas erupções na parte genital e perguntou se eu tinha herpes genital. Herpes? Como assim? Genital? Claro que não! Sempre me cuidei, isso é doença de quem tem vários parceiros sexuais. Nunca! (vim de uma família “moralista” e doenças sexualmente transmitidas, tinha essa visão. Mas aprendi que nem sempre é assim). Em fim... Era herpes, perdi um bebê, pus fim no meu relacionamento, entrei em depressão.

Mas depois de um tempo, eu e meu namorado, hoje marido, decidimos superar isso juntos. Algum tempo depois engravidei novamente, dessa vez decidimos cuidar muito dessa gravidez. Tornou-se a famosa “gravidez preciosa”. Fomos ao primeiro G.O e ele pediu uma série de exames, constatou que eu tinha DIABETES GESTACIONAL.



Fomos ao segundo G.O e ele disse que eu tinha pré disposição a ter diabetes gestacional e que tinha que controlar o açúcar. Ambos já sabiam que eu também tinha Herpes Genital. Com o passar dos meses fui ganhando peso exageradamente, tive VÁRIAS infecções urinarias, VÁRIAS crises de Herpes Genital, tive também um forte sangramento com 4 meses (não encontraram o motivo).

Lia sobre partos normais, vi que se a mulher estivesse com a herpes ativa, poderia passar para o bebê na hora do parto, isso me preocupava muito. Falei da minha aflição para uma amiga que também era enfermeira e ela me olhou com uma cara de dó e disse: se você quiser, eu consigo uma cesárea para você. E eu pensei, mas e os benefícios do parto normal para o bebê? Eu não vou nem tentar? Sou tão covarde assim?

Também ouvi uma pessoa da família dizer: você não vai ter força para parir essa criança e vai morrer você e ela entalada. (Ninguém da minha família sabe sobre a herpes).

Essa frase me assombrou por muitos meses. Até que eu e o meu marido decidimos conhecer a casa Bello Parto, meu marido ficou encantado com os vídeos e comentários sobre os benefícios do parto normal. Eu ainda estava assustada.

O primeiro G.O que consultamos disse que eu havia ganhado muito peso e isso significava que o bebê já estava muito grande. Disse: você não vai conseguir ter um parto normal assim, bebê tem que crescer é fora da barriga.

Segundo G.O: se você quiser, a gente pode marcar a cesárea a partir de 35 semanas.

Eu: 35 semanas? Mas o bebê já vai estar desenvolvido com 35 semanas?

Segundo G.O: sim! A partir de 35 semanas o pulmão já está maduro.

Meu marido não deixou. Ainda bem!

Resolvemos procurar uma terceira opinião.

Terceira G.O: Você tem herpes? Vou colocar essa observação no seu cartão de gestante, porque em lugar nenhum do mundo, alguém faz parto normal em uma mulher que tem herpes genital, ativa ou não. Você vai matar seu bebê se tentar, isso pode passar pra ela na hora do parto, ir para o cérebro, olhos, boca, ela pode desenvolver uma meningite e morrer! Bebê não tem imunidade, esquece essa ideia de parto normal. Quando você estiver com 39 semanas, vamos agendar sua cesárea.

Chorei muito nesse dia, me senti tão culpada. Meu Deus, o que nós fizemos, eu não devia ter engravidado, vou ter que submeter a uma cirurgia se eu quiser sair da maternidade com um bebê VIVO nos braços?

Novamente, meu marido me acalmou e disse: vamos procurar uma 4ª opinião, 5ª, 6ª,7ª, 8ª até o dia da neném nascer. E outra, se for realmente para fazer uma cesárea, vamos esperar o dia da Letícia (nome que ele escolheu para a bebê...rsrs), deixa as contrações vir e ai vamos para a maternidade. Nessa altura, eu já estava com 36 semanas de gestação.

Por indicação de uma amiga, fomos ao 4º G.O.

Chegamos lá com todos os exames em mãos, desde o primeiro beta positivo. Ele leu todos!

Eu e o meu marido: Doutor, nós temos:

"1) Herpes genital.

2) Diabetes gestacional.

3) O ultimo médico disse que o bebê está enorme

4) Na ultrassom com um médico disse que ela tá sentada.

5) Tivemos várias infecções urinaria, crise de herpes, risco de aborto e etc...

Mas ainda assim queremos um parto normal!"

O médico: "Muito bem! No parto normal a recuperação é melhor..."


O Doutor pediu novamente o exame de diabetes (que deu negativo).

Pediu uma ultrassonografia com Doppler (que mostrou que estava tudo bem com a minha princesa) .

Disse que se eu tivesse crise de herpes iríamos tratar com remédio, para que eu ficasse bem até o dia do parto. E só em último caso, se eu tivesse com erupções iríamos para a cesárea.

Fez um exame chamado streptococcus (graças a Deus estava tudo bem, também).

Fizemos as perguntinhas básicas para saber se ele era o cara certo. (risos).

Nós: doutor a epísio é necessário em todos os casos?

Dr.: Só em alguns casos.

Nós: doutor, eu posso recusar a ocitocina?

Dr.: Sim! Mas em alguns casos ela também é necessária, espero que não seja o seu. Faça bastante caminhada para estimular o trabalho de parto.

Nós: doutor e se eu quiser peridural? Vocês vão atender ao meu pedido?

Dr.: Menina, a dor do parto não é tão ruim assim não. Calma! Você aguenta. Mas se você quiser, precisa começar a procurar um anestesista, porque tem alguns que não gostam de fazer porque é complicado aplicar em mulher que está tendo contrações.

Nós: doutor, você esperar o cordão terminar de pulsar?

Dr.: se vocês quiserem, sim!

Nós: doutor, quer casar com a gente? (risos).

Mas infelizmente no dia do parto ele estava dando aula.

Quarta feira dia 23 de outubro às 5:00 da manhã, acordei com um dor de barriga leve. Resolvi virar para o lado e dormir mais um pouco. Estava com 38+6.

Às 6:00 da manhã acordei novamente com aquela dorzinha de barriga, então decidi levantar e ir ao banheiro... Tomei banho e voltei para cama. De repende uma dor diferente, vindo das costas para a barriga. Comentei isso em um grupo do facebook, o Cesárea não obrigada, elas me disseram que eu podia estar entrando em trabalho de parto. Resolvi ter certeza, liguei para aquela amiga enfermeira do inicio desse texto. Ela disse que sim! Eu estava em trabalho de parto, mandou eu ligar imediatamente para o meu G.O.

Que alegria, eu ria a cada contração, meu marido estava trabalhava a noite e ainda estava por chegar. Fui passar minha roupa, me arrumar, tomar café da manhã e não avisei à família porque não queria que ninguém entrasse em pânico. (Minha mãe só ficou sabendo depois que ela nasceu).

Meu marido chegou, todo nervoso, apesar de ter se preparado tanto. Eu estava calma e feliz, sorridente e ele apressado. Eu falava: - calma amor, essas coisas levam horas. Acho melhor a gente esperar, isso demora em torno de umas 8 horas. Eu li sobre isso...

Me marido: - Não! Vamos agora para o hospital, vou ligar pro G.O

Mas como havia dito antes, ele estava em aula. Disse que assim que saísse da sala de aula, estaria indo pra lá.

Chegamos no hospital às 9:30 da manhã, contrações irregulares, leves, durava apenas um minuto e depois passava. Mas não doía tanto quanto eu imaginava.

Fomos encaminhados para o médico de plantão.

Entramos na sala, eu com um sorriso enorme, meu marido nervoso, mas com cara de felicidade e falamos que estávamos com leves contrações. Ele foi ver o meu histórico hospitalar, viu por alto.

Não viu que eu tinha herpes (eu também não falei, pois não estava com crise no momento). Não viu nada sobre a tal “diabetes gestacional” e etc...

A minha princesa estava perfeitamente encaixada, tudo uma maravilha. Ele fez o exame de toque e disse: "Está completa! Ela vai nascer agora."

Eu e o meu marido olhamos um pro outro e começamos a rir. Como assim? As contrações nem estão tão forte assim.

Médico: ela vai nascer agora, vamos levar a senhora para sala de parto, se não ela nasce aqui. Vai ser cesárea?

Eu: Não! Vai ser normal.

Médico: não existe isso de parto normal, o nome é parto transpélvico. Mas a 2 mil anos atrás inventaram a cesárea, você sabia disso?

Eu: sabia! Mas o meu parto vai ser normal, ou transpélvico como o senhor disse.

Médico: tudo bem, então vou encaminhar a senhora para a sala de parto enquanto seu marido vai ajeitar os documentos da sua internação.

Minutos depois entra um pessoal com uma maca e me manda vestir a roupa do hospital.

Eu disse: - não posso ir andando? Preciso caminhar para ajudar na hora do parto.

Médico: eita mulher corajosa, quero ver até onde vai durar essa coragem toda. (risos).

Pois bem! Fui na maca e o circo dos horrores começou.

Chegamos na sala de parto me mandaram deitar na cama e colocar as pernas nos apoios.

Uma posição extremamente desconfortável.

Eu disse: quero me sentar!

A enfermeira: essa posição é melhor mãe.

Eu: melhor pra quem? Sobe essa cama agora, eu estou com falta de ar. (a falta de ar, era desculpa pra elas me ajeitarem naquela cama)

Uma enfermeira veio com o soro para por em mim.

Eu disse: soro? Mas eu preciso ter mobilidade e se eu quiser andar, ou levantar? Moça eu não quero ocitocina. Ok? Por favor!

A enfermeira: é só soro, caso você precise ir para a cesárea, já vai estar puncionada.

Aquilo me deu um medo...

Eu: enfermeira, cadê meu marido?

Enfermeira: está ajeitando os documentos da sua internação.

Mas eu não entendia porque ele estava demorando tanto. Elas estouraram minhas duas veias boas, obs. Eu mesmo já aplique soro em mim por essas veias. Enquanto isso, nada do meu marido chegar. De repente o médico entra na sala, o que só me deixa mais nervosa.

Eu: - o que o senhor tá fazendo aqui, cadê o meu G.O? Onde está o meu marido?

Médico: eu não sei de nada, só sou funcionário aqui.

Eu : - se o meu marido não entrar por essa porta, eu saio daqui e vou atrás dele.

Eles achavam que eu estava blefando até eu começar a me levantar. Uma enfermeira, falou: calma, nós vamos atrás do seu marido, ele vai vestir uma roupa e já ele chegar aqui. Mas a senhora precisa se acalmar.

Eu: eu estava calma até vocês estourarem as únicas veias boas que eu tinha, para colocar esse soro inútil aqui. Acho melhor meu marido entrar nessa sala, vocês não sabem do que sou capaz.

Minutos depois meu amado marido chega na sala... Aquilo foi um tranquilizante. Eu me sentia um pedaço de carne em um açougue e sem testemunha. Mas ele finalmente estava ali, como prometeu, do meu lado para receber a nossa filha.

De repente eu escuto a enfermeira perguntar para o médico.

Doutor você vai querer bisturi ou tesoura para fazer a epísio?

Médico: tesoura!

Eu: epísio? Não, eu não quero epísio. Não precisa! (pensei, nós nem tentamos ver se ela passa ou não, porque fazer antes?)

Médico: vou fazer sim! Aqui quem manda sou eu.

Eu: eu não quero epísio! No meu corpo mando EU! Você não vai fazer epísio em mim.

Médico: olha depois a senhora vai aparecer no meu consultório falando que seu marido tá dizendo que você parece uma canoa.

Eu olhei pro meu marido e ele disse: não doutor! O senhor não vai fazer epísio nela, não é necessário.

Médico: tudo bem! Mas vou usar esses quatro enfermeiros aqui como testemunhas de que a senhora se recusou a um procedimento médico.

Eu: tudo bem!

Quando ele começou a me limpar, imaginei ele vai fazer a epísio. Mas graças a Deus ele não fez.

Minutos depois eu começo a sentir uma aceleração no coração e as dores da contração voltam com toda a intensidade do mundo, minha bolsa estoura. Eu olho para o meu braço que estava com soro e pergunto: o que vocês fizeram comigo.

Uma enfermeira responde: calma mãezinha, isso é só um remédio para acelerar o parto.

Eu: mas eu disse que não queria... Olhei pro meu marido aterrorizada com a dor, comecei a chamar o nome dele e ele foi me acalmando e pedindo pra eu respirar fundo quando viesse as contrações. Comecei a fazer o que o meu marido disse.

O médico começo a tentar me abrir com as duas mãos. Sim! A palavra é essa. Parecia que ele queria me rasgar.

Eu sentia as suas luvas secas tentando me abrir. As dores das contrações só aumentavam, parecia uma tortura. Eu sentia a pele da minha vagina se esticando com os puxões do médico, ele usava as duas mãos. E eu gritava! Gritava de dor. O medico dizia, você pode gritar, desde que faça força.

Então eu fiz força! Muita força. Força para aquela dor acabar, força para ver minha filha nos meus braços... de repente uma coisa boa... eu senti, juro que senti! Era maravilhoso... senti a cabeça da minha filha passando pelo meu canal, ela se encolhia, estava bem apertada... Tão suave, um momento tão nosso. Ouvi meu marido dizendo a cabeça dela tá saindo amor, força!

Por um instante, parecia que só havia eu, ela e o meu marido naquela sala. Eu estava vivendo o nosso momento...

Mas depois senti as luvas secas do doutor novamente dentro de mim, ele já conseguia tocar nos cabelos da minha filha, então começou a tentar me rasgar de novo. Tentava abrir espaço com aquelas luvas secas, como se realmente quisesse me rasgar ao meio.

Meu marido falava, empurra amor, ela já tá nascendo, estou vendo a cabeça.

Eu empurrei com toda força que eu tinha. Eu gritava de dor, de raiva daquele médico, de amor pela minha filha. Era uma explosão de sentimentos e no fim, ela nasceu.

Toda essa tortura durou 5 minutos, horário 10:20 da manhã, mas parecia uma eternidade.

Quando ela nasceu eu pedi calma, calma, não cortem o umbigo dela agora. Mas eles cortaram imediatamente, eu disse: dá ela pra mim, me dá ela aqui.

O médico: não, você está suja.

Só depois de aspirarem ela, dar injeção foi que um enfermeiro ouviu meu pedido e entregou ela pra mim.

Apesar do esforços do médico, NÃO HOUVE LACERAÇÃO, NÃO PRECISEI DE PONTOS.

Minha filha, Letícia Brasil da Cruz veio ao mundo através de um parto “transpélvico”, porque com toda certeza isso não foi um parto normal. Minha filha ficou alguns dias na incubadora porque estava com dificuldade de respirar sozinha, segundo o pediatra, isso foi por conta de uma infecção urinaria que tive 30 dias antes do parto, passou para a neném ainda na gestação e não durante o parto. Amém!




Dias depois Médico vem à minha sala para me dar alta e diz ao meu marido: "se eu fosse você, comprava um cinto, dava 4 dobras nele e acertava essa mulher. Porque era pra ter tirado esse bebê a uma semana atrás, com 38 semanas. Ela não estaria assim, se tivesse feito uma cesárea."

Eu disse: ah tá! Então quer dizer que se eu tivesse tirado minha filha antes do tempo, através de uma cirurgia, ela não estaria em uma incubadora?

Médico: não é antes do tempo, era o tempo certo. Ela só está assim, porque a senhora ficou segurando ela.

Eu: Mas na ultima quinta-feira é que estaríamos completando 39 semanas de gestação. Tá bom doutor, obrigada, você já me deu alta. Valeu mesmo. Tchau! Vou ali ver minha filha.

FIM DA SAGA.!





1 de novembro de 2013

A cesárea protege meu bebê de uma paralisia cerebral?


por Cariny Cielo

É muito comum ouvirmos de profissionais da área da sáude, principalmente os que trabalham com crianças com paralisia cerebral, que, em 90% dos casos, a razão da deficiência foi decorrente do parto normal, usando muitas vezes o termo 'o bebê passou da hora' ou o 'médico esperou demais pra fazer a cesárea' ou ainda 'a mãe insistiu que queria um parto normal'. Neste caso, é natural que uma gestante opte por uma cirurgia para proteger o filho das temidas ocorrências de paralisia cerebral... mas, será isto verdadeiro? A cesárea protege o bebê de uma paralisia cerebral?

A despeito dos casos que você irá ouvir, a despeito das histórias assustadoras, a despeito do caso do filho do Diogo Mainardi, não é a via de parto (se normal ou cirúrgico) que evita ou determina uma paralisia cerebral... veja alguns números aqui.

E, enquanto eu divulgo o CERNIC (Centro de Reabilitação Neurológica Infantil de Cacoal) e um linque de artigos acadêmicos sobre paralisia cerebral, eu vou tentar ser o máximo simples nas colocações que resumem este post. Porque eu também sou mãe e porque também comungo das pirações que gestantes carregam acerca da integralidade da saúde e da e perfeição de um filho, quando o gestam dentro de si, na carne e na mente...

E também não sou boba de não chamar médicos pra esclarecer estas dúvidas... quero ouvir deles!!!

Então vamos lá:

Parte I: Da Ciência

1. Segundo a médica Carla Andreucci Polido (currículo aqui) 70% das encefalopatias perinatais são de etiologia anteparto, relacionadas à restrição do crescimento fetal intra-útero, síndromes hipertensivas e condições crônicas fetais.
Das causas intraparto, destacam-se:
1. CESARIANAS,
2. parto instrumental,
3. febre intraparto,
4. cesariana de emergência.

Ou seja: assistência inadequada ou demora na tomada de condutas. O maior risco intraparto para encefalopatia perinatal é, na verdade, assistência inadequada, e não via de parto. Veja aqui.

"No Brasil somos forçadas a uma cesárea ou um parto normal violento (cheio de intervenções de rotina e reconhecidamente desnecessárias). Assim, se o parto carecer de assistência adequada, você pode encontrar desfechos perinatais adversos".

E, por Melania Amorim: "lembrem, somente os casos de paralisia cerebral do tipo quadriplégica espástica ou discinética são associados com o parto, embora não sejam exclusivas de problemas no parto!"

Não é minha opinião e nem mesmo a opinião das médicas... são dados estatísticos. Cabe a cada um refletir se quer ficar com a ciência ou com as famosas crendices que ilustram o imaginário de todos quando o assunto é algum evento do universo mamífero feminino. Já viram mãe dizer que tem 'leite fraco'? Pois é, podemos ficar neste depoimento recheado de mito e de condutas erradas que fizeram esta mãe acreditar que o próprio leite não sustentou o filho ou podemos compreender que cientificamente comprovado o leite materno é o melhor alimento até os 6 meses e não existe leite fraco.


2. O filho do Diogo Mainardi NÃO ficou com paralisia cerebral por conta da via de parto. O problema foi causado por uma amniotomia precoce, ou seja rompimento artificial da bolsa, muitíssimo mal indicada e pelo atraso em indicar uma cesariana de emergência, não teve nada a ver com parto normal! Palavras da Doutora Melania Amorim que explica tudo aqui.
Voltemos ao assunto da intervenção na fisiologia do parto! Porque entenda que "a melhor estratégia de prevenção primária de prolapso de cordão, nos casos de gestação única com feto em apresentação cefálica é NÃO realizar amniotomia de rotina, mesmo que presentes condições para praticá-la, isto é, dilatação avançada e apresentação fetal encaixada na pelve".

A revisão sistemática disponível na Biblioteca Cochrane NÃO recomenda a amniotomia como procedimento de rotina na assistência ao parto, uma vez que não há quaisquer efeitos benéficos associados com essa prática.
Compreenda a bola de neve: rompimento artificial de bolsa + falta de estrutura para assistência de emergência: cada intervenção desnecessária e má indicada feita num trabalho de parto aumenta o risco, sempre. Romper bolsa não deveria NUNCA ser procedimento aplicado de rotina...

Em resumo: Não deixem que estourem artificialmente sua bolsa durante o trabalho de parto! Este procedimento só deve ser feito com indicação muito precisa por profissional que conhece e aplica medicina baseada em evidências científicas.


3. Um argumento lógico e bem basiquinho que eu uso bastante, bem simples e que destrói o blá blá blá de mitos igual uma tsunami: a taxa de cesarianas só cresce no Brasil e no mundo... MAS a taxa de asfixia perinatal está mantida! Ou seja, não, cesariana não é fator de proteção.

Melania diz: "Eu só quero dizer que se cesariana prevenisse paralisia cerebral não teríamos mais tantos casos de paralisia cerebral sendo atendidos nas diversas clínicas! Estamos com mais de 53% de cesáreas neste país e no setor privado em algumas cidades elas ultrapassam 90%! Por acaso caiu a taxa de paralisia cerebral???"

"Por outro lado, os partos violentos e cheios de intervenções desnecessárias estão sim associados com maior risco de asfixia perinatal. É contra esse tipo de parto que nos posicionamos, também. A alternativa à cesariana não pode e não deve ser um parto traumático e violento, esse é um falso dilema. A assistência ao parto normal DEVE ser humanizada e baseada em evidências científicas atuais!"

Evidências científicas: aqui e aqui




4. Dra. Melania reforça que "há séculos que se definiu que parto vaginal não se associa a risco aumentado de paralisia cerebral e que apenas 10% dos casos de paralisia cerebral se devem a problemas no parto. Eu tenho uma aula recheada de evidências sobre o assunto. Para definir se foi associada com o parto, a paralisia cerebral tem que preencher 4 parâmetros, sem isso tudo é suposição ou mitologia, médica ou popular. Aqui os critérios:

a) Evidência de acidose metabólica, cordão umbilical, sangue arterial fetal obtidas no momento do parto (pH inferior a 7 e défice de base, de 12 mmol / L ou mais),
b) o início precoce de encefalopatia neonatal moderada ou grave em lactentes nascidos a 34 de gestação, ou mais semanas ,
c) paralisia cerebral do tetraplégico ou discinético tipo espástica, e
d) a exclusão de outras etiologias identificáveis​​, tais como trauma, distúrbios de coagulação, condições infecciosas ou doenças genéticas.

Veja aqui a revisão sistemática. Para entender um pouco mais a fisiopatologia aqui e mais referências aqui e um estudo interessante da PUC/PR aqui.

"E lembrem: somente os casos de paralisia cerebral do tipo quadriplégica espástica ou discinética são associados com o parto, embora não sejam exclusivas de problemas no parto."

A maior causa de paralisia cerebral é a prematuridade. Nos casos restantes, anomalias fetais, problemas maternos e complicações da gravidez respondem como os principais agentes etiológicos, podendo ainda haver etiologia multifatorial.


Parte II: Dos mitos...

Maíra Libertad, enfermeira obstétrica e uma das administradoras do Portal Parto no Rio de Janeiro, traz um fato interessante: "Entendam a dramaticidade do quadro. Eu conheci outro dia uma pessoa que jurava ter uma criança da família com "paralisia cerebral" por conta do parto. A família inteira acreditava nisso. Que o parto tinha demorado, que ela ficou abandonada com dores por X horas (possivelmente um parto violento pela descrição). Aí eu por acaso encontrei essa criança supostamente com 'paralisia cerebral por conta do parto' e me choquei ao notar que, possivelmente, se tratava de uma síndrome genética (pelas características, fácies etc.). A família vive a vida sem saber que o bebê possivelmente nasceu com uma síndrome, algo congênito, não-relacionado com o parto, e acredita (e profissionais de saúde reforçam!) que é "PC causada pelo parto".

Veja a história deste coreógrafo que, em entrevista, afirma ter paralisia cerebral em razão de parto. No entanto, notem na reportagem que ele mesmo informa que nasceu prematuro, aos 6 meses...

Diversos outros artigos, como este - que aborda apenas a via de parto e sequer leva em conta a idade gestacional - alimentam com mitos o imaginário da sociedade e, em especial, da gestante que busca sempre o melhor para seu filho.

Como fazer um levantamento acerca do resultado 'paralisia cerebral' levando-se em conta apenas a via de parto, se a prematuridade é um fator determinante? Independente do bebê ter nascido de parto normal ou cesárea, se ele foi prematura, ele estava em risco... pela prematuridade!

Das causas de paralisia cerebral a mais frequente é a falta de oxigenação que pode ocorrer antes, durante ou logo após o parto e só 10% estarão ligadas ao tipo de parto, mas sim à falta de acompanhamento pré-natal, questões sócio econômicas e saúde da mãe. (Cervo, 1985)

No entanto, é fato que as cesáreas acarretam:
a) quatro vezes mais risco de infecção puerperal,
b) três vezes mais risco de mortalidade e morbidade materna,
c) aumento dos riscos de prematuridade e mortalidade neonatal,
d) recuperação mais difícil da mãe,
e) maior período de separação entre mãe/bebê com retardo do início da amamentação e
f) elevação de gastos para o sistema de saúde (OMS, 1997).

Você vai ouvir muitos mitos relacionados aos eventos femininos!

Você ouvirá que menstruar é ruim, que amamentar pode tornar os seios flácidos, que a prima da vizinha amamentou e ficou com anemia, que a tia do seu colega de trabalho tinha leite fraco, que a avó do seu amigo precisa medicar a menopausa, que o médico salvou a vida do bebê da sua prima que nasceu roxo, que fulana perdeu o bebê porque passou do tempo na barriga, que a moça do banco teve que fazer períneo porque ficou frouxa depois de um parto normal, que o marido da amiga reclamou que a mulher perdeu o tônus da vagina depois de 3 partos normais, que fazer cesárea protege o períneo da mulher, que o bebê passou a dormir a noite toda depois da mamadeira, que chupeta é melhor que dedo, que  episiotomia preserva o períneo, que 40 semanas é o fim da gestação, que parir é coisa de índia, que cesárea é a evolução do parto... eu me perderia de escrever... mas nada disto faz parte da ciência e da verdadeira medicina baseada em evidências científicas!

Cabe a cada um decidir em quê vai acreditar e confiar seus pensamentos...



E, enquanto isto, a vida segue para muitos com paralisia cerebral... mas agora você sabe por a + b que, em cerca de 90% deles, o parto não tem nada a ver com isto! E viva a vida!!!

Amazônia Adventure: Paralisia Cerebral não impediu Carlos Silva de realizar seu sonho

Mãe de Uma criança especial: O que é paralisia cerebral?

Marcha Nacional Pela Humanização do Parto Em Porto Velho Rondônia


por Cariny Cielo

Dia 19 de outubro, em Porto Velho, rolou uma movimentação em prol do respeito ao nascimento. Foi a Marcha Nacional Pela Humanização do Parto que ocorreu simultaneamente em várias cidades do país.

É a terceira vez que Porto Velho organiza marcha e cada vez ela fica mais visível e envolve mais pessoas. Já falamos de marcha por aqui.

Ano passado, tivemos  Marcha do Parto em Casa em Cacoal e em Porto Velho, um movimento igualmente nacional em resposta às represarias sofridas pelo médico humanista Jorge Kluhn e, depois, Porto Velho organizou a primeira Marcha Nacional Pela Humanização do Parto.

Aos poucos as mulheres - e homens - de nosso Estado vão se dando conta de que o parto mais científico é o parto menos tecnológico e de que a mudança tem que partir das sujeitas do direito: nós mulheres!

A barriga que ilustra este post é da Helena que trouxe seu relato aqui. Ela é uma mulher que vem galgando cada vez mais respeito para si, desde quando se deu conta de que a forma de atendimento que recebeu no nascimento de seu primeiro filho foi uma terrível violência obstétrica!

Te espero na próxima marcha... até lá, emocione-se com as fotos!!!




Marido da Mileide orgulhando-nos ao se
envolver na causa e a filhota, ativista mirim...






Mais um ativista mirim... 



A doula Alyssa da Slingue, Helena e sua
bebê e a doula Izabela, da Bello Parto




Helena gestando e já lutando pelos seus direitos.





Ativistas mirim!!!
"Se a mamãe marcha eu vou também!"




Olha que show!!!




Preparativos... 




Pausa para um mamá... 




Turma animada!
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