13 de dezembro de 2012

Maternidade Ativa: Dicas de leitura para gestantes


Há tempos que me pedem uma lista! Lista de livros, lista de DVDs, lista de blogs, lista de sites...

Eu prefiro chamar de enxoval! Sim, os noves meses de gestação são riquíssimos momentos de preparação e amadurecimento pessoal, como eu já disse por aqui.

Então, acredito que ler, participar de listas de discussões, assistir vídeos, ouvir relatos e estórias de outras mulheres, enfim, tudo isso forma nosso enxoval da alma.
Cada livro é um degrau na escadinha na nossa psiquê... cada relato faz eco dentro de nós... cada música pode fazer dançar nossa mulher selvagem...

Pedi ajuda da amiga Kalu, do Vila Mamífera, para finalizar a lista e 'voilà la', aqui está! E se você tiver mais alguma interessante sugestão, vamos anotar aqui...

Livros para gestação, parto, pós parto e maternagem

Mulheres que correm com lobos: Clarissa Pinkola (empoderamento feminino, autoconhecimento, psicologia)

Empoderando as Mulheres: Adriana Tanesse Nogueira (empoderamento feminino, exercícios de autoconhecimento para gestantes, preparação emocional para o parto e maternagem)

Origens Mágicas, Vidas Encantadas: Deepak Chopra (autoconhecimento, nutrição, tratamentos caseiros, yoga, mentalizações, preparação emocional e física para o parto, participação do pai)

Lobas e grávidas: Livia Penna Firme Rodrigues (empoderamento feminino, autoconhecimento, preparação emocional e física para o parto e maternagem)

A Bíblia da Gravidez: Vários autores (aspectos físicos da gestação, parto e pós parto. Com fotos) 

O Livro da Maternagem: Dra Relva. Editora Schoba.

Educar Sem Violência. Lígia Moreiras Sena e Andréa Mortensen. Editora 7 Mares.

Quando o corpo consente: Therese Bertherat (preparação emocional para o parto, relatos de parto)

Memórias do Homem de vidro: Ricardo Herbert Jones (estórias de humanização do nascimento, relatos de parto, empoderamento feminino)

Entre as orelhas - histórias de parto: Ricardo Herbert Jones (estórias de humanização do nascimento, relatos de parto, empoderamento feminino)

Parto Ativo: Janet Balaskas (Melhor livro de preparação para o trabalho de parto)

Parto com amor: Luciana Benatti (Relatos emocionantes de parto com belíssimas fotos)
Maternidade e o encontro com a própria sombra: Laura Gutman (Autoconhecimento, ser mãe e mulher, estado puerperal, maternidade)

Bésame Mucho: Carlos Gonzales (cuidados com bebês e crianças, maternidade, criação com vínculo)

O bebê mais feliz do pedaço: Hervey Karp (cuidados com bebês, maternidade, paternidade, criação com vínculo)

A criança mais feliz do pedaço: Hervey Karp (tem em DVD) (cuidados com crianças pequenas, maternidade, paternidade, criação com vínculo)

Infância Idade Sagrada: Evania Reichert: Psicologia, educação infantil, prevenção das neuroses

100 Promessas para o Meu Bebê. Mallika Chopra

Parto Místico: Uma história sobre o percurso feminino de empoderamento

Parto Alquímico: Uma história sobre o percurso feminino de transformação

Coleção Amigas do Parto: Relação de livros de empoderamento feminino para gestação, parto e pós-parto


DVDs, CDs, vídeos e artigos lúdicos

DVD 'O Renascimento do Parto'. Documentário com a segunda maior bilheteria do país.

DVD ‘Amamentação sem Mistério’ Grupo de Apoio à Maternidade Ativa - GAMA

DVD ‘Ciência do Início da Vida’ Eleanor Luzes: concepção, gestação, parto, e os primeiros anos de vida da criança.

CD ‘Vida de Bebê’: Músicas para cumplicidade com o bebê

CD ‘Nascer e Renascer’ Rosa Zaragoza: músicas para trabalho de parto, dança, ritmo, meditação

CD ‘Mozart para bebês’: Músicas para relaxamento na gestação, e pós parto.

Bonecas didáticas : http://flordosul.com (para chás de bebês, bênção da gestação, brincadeiras com filhos e/ou companheiro, desenvolvimento do lúdico)

Terra Flor Aromaterapia: óleos essenciais, óleos vegetais para gestação e parto

Slingue: Você e Seu Bebê juntos e com estilo: Carregadores de bebê: faixas artesanais e super fashion, para carregar bebês de várias formas.

Fraldas ecológicas: Fralda Bonita ou Fralda Madrinha (fraldinhas de pano feitas artesanalmente)
Higiene sem fraldas: Elimination Communication (método que dispensa o uso de fraldas através de profunda comunicação e vínculo com o bebê)

Blogosfera Materna

www.rehuna.org.br : Rede pela Humanização do Nascimento e Parto

Blog do pediatra Carlos Corrêa

Organização Parto do Princípio : Mulheres em rede pela Maternidade Ativa

Blog da Organização Parto do Princípio : Blog da rede ‘Parto do Princípio’ com relatos, artigos e ações.
Aleitamento Materno: O primeiro e mais antigo portal sobre amamentação do Brasil. Tudo sobre amamentação, eventos, artigos e livros.
Amigas do Peito: Grupo de apoio à amamentação.
Vila Mamífera: O maior portal da Maternidade Ativa do país
Amigas do Parto: Tudo sobre parto, relatos e artigos científicos (sem atualização)

ONG Amigas do Parto: Portal completo sobre gestação, parto e pós parto.

Cientista que Virou Mãe : Um dos melhores blogs sobre Maternidade Ativa
Blog da Doutora Melania Amorim : Melhor blog sobre evidências científicas na obstetrícia

Super Duper: Entretenimento e informação de qualidade, criação com vínculo, experiências maternas.
Post indicado: Tudo que você precisa saber sobre cesárea: www.superduper.com.br/2012/07/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre.html

Minha Mãe Que Disse : Portal com reunião de blogs sobre Maternidade Ativa. Entretenimento e informação, experiências maternas, sorteios.

Paizinho, vírgula! As aventuras de um pai apegado.

Memezinho da Mamãe : Blog de humor para mães.

Movimento Infância Livre de Consumismo: Blog sobre criação de filhos e consumo consciente, movimento que combate a publicidade infantil, responsabilidade dos pais.

Mamatraca: o melhor portal com vídeos sobre maternidade, carreira, comportamento.

Cesárea, não obrigada: melhor grupo do facebook para discussão sobre Medicina Baseada Em Evidências Científicas.

Parto Em Rondônia no facebook: Grupo fechado para discutir condições de atendimento obstétrico em Rondônia

Documentário Violência Obstétrica: A Voz das Brasileiras (sobre a realidade brasileira com depoimentos de mães de todo Brasil, inclusive eu, que sofreram violência obstétrica). Assista para não ser vítima!


Prestação de serviços em Rondônia

Em Porto Velho: Equipe Bello Parto

Em Rolim de Moura: Espaço Luz do nascer

4 de dezembro de 2012

Maternidade Ativa: Ela é índia. E eu, sou o que?


por Cariny Cielo

Participei de uma ação com indígenas da região de Cacoal, Rondônia, há uns meses. A etnia era Cinta Larga e Suruí. Fui a trabalho, mas carreguei meu filho mais velho e, enxerida curiosa que sou, não pude deixar de aproveitar a oportunidade para bater um papo de mulher e mãe, com mulheres que vivem realidade tão completamente diferente da minha.

E é diferente mesmo! Praticamente outro mundo; o mundo dos brasileiros por essência. Para saber mais e nunca mais pagar mico, vale a pesquisa aqui.

Comecei meio sem jeito de como se referir a quem não é índio. Se ela é índia (o correto é falar ‘indígena’), eu sou o quê? Afinal, ‘Cara Pálida’ me pareceu americano demais, apesar de o ‘pálida’ caber perfeitamente com a minha cara. ‘Homem branco’ é pior, parece saído daqueles livros de história do ensino fundamental e além do mais, nem branca eu sou...

Parece que o brasileiro que tem tudo misturado ficou num limbo entre tantos povos. De um extremo ao outro tem uma porção de versões para nós, mas em todos corre a mesma mistureba de sangue. Tá, chega de aula fajuta de história e geografia, não é aqui que você encontrará referências de qualidade para o tema.

O que me interessou foram as mães e mulheres indígenas, todas carregando seus bebês em lindas faixas coloridas. Eu mostrei a faixa que uso (o famoso sling de argolas) e uma delas achou o máximo. Mas fiz sucesso mesmo quando disse que meu caçula havia nascido em casa. Abalei geral, virei estrela... (mentira, parir em casa é normal... nada de mais pra elas, exceto o fato de eu ser: branca!).

Continuamos conversando e ouvi coisas terríveis, dignas de denúncia, como por exemplo, elas me dizerem que são orientadas a parir no hospital, mas chegando lá, não são respeitadas (que novidade!) em suas escolhas sobre posição, intimidade, liberdade de movimentos... enfim, sofrendo, inclusive, episiotomia... Eu disse que existem mulheres em todo país lutando contra esta falta de respeito no atendimento obstétrico. Pelo jeito, a violência com elas é ainda maior, pois é cultural e social também: ouvem piadinhas quanto ao número de filhos, quanto à dor durante as contrações, quanto ao aleitamento, quanto aos seus costumes...

E ouvi coisas interessantes sobre crianças indígenas. Eu perguntei se elas apanhavam, se ficam de castigo, se tinham problemas para dormir, se tinham problema para amamentar ou para o desmame, se era agitadas ou rebeldes (todos aqueles adjetivos que a criança ‘branca’ recebe).

Fiz esse tanto de questionamento e elas ficaram meio se entreolhando, com cara de dúvida, no melhor estilo de sequer entendendo bem o que a ‘cara pálida’ queria saber...

- “A gente não liga pra isso não”. Soltou uma. Eu entendi como “a gente deixa as crianças serem o que são: crianças”.

De fato, as crianças delas não apanham, nem ficam de castigo. Nem elas, tão pouco, apanharam quando crianças. Elas não sabem dizer quando desmamaram, nem de quanto em quanto tempo mamavam, por quantos minutos e em que têta primeiro (há!)...

Para nós, isso tudo soaria como uma completa bagunça, sem regra, uma anarquia! (deixa a Super Nanny saber disso! Ou ainda, mais na moda agora, o deseducador Marcelo Bueno, num quadro de péssimo gosto do programa 'Mais Você'.

E os filhos quando chegam à adolescência, eu perguntei, ficam rebeldes? Desrespeitam tudo e todos? Explodem, feito vulcões, em fúria contra a vida?

“Não... normal”, disse outra. Eles começam a se interessar em namorar, ir morar na cidade, estudar... questionam, claro, afinal, assim caminha a humanidade, mas não se vê a ‘aborrecência’ nem seus problemas adjacentes... simples assim também! Essas coisas não são assunto por lá... não sacodem especialistas... não mobilizam a sociedade...

Existe muita coisa boa no que construímos no papel de colonizador (escrevi isso mais pra ficar bonitinho do que porque acredito mesmo...), mas existe muita coisa boa que destruímos dos povos colonizados e que precisa ser reavivado.

Não sei se em todos os agrupamentos indígenas é assim, e também conversei com algumas poucas mulheres... longe de mim dizer “eles vivem assim” ou “eles não vivem assim” (tô fora de dar uma de besta igual fez o repórter Alexandre Garcia!)

Mas será que não podemos misturar uma cultura com a outra, colher o bom de cada uma? Ao invés de oprimir , apagar e ridicularizar não poderíamos mesclar?

Eles não têm uma pá de problemas que julgamos ter na criação de filhos, porque será? Há algo aí que precisa ser analisado e copiado, não? (favor concordar comigo AGORA!)

O 'carregar bebes', no meu ver, é um exemplo maravilhoso disso! Vejam Aqui e aqui os benefícios desta simples atitude da mãe e que, até pouco tempo atrás, era privilégio das crianças indígenas no Brasil (ou de alguma mãe-branca-bicho-grilo-reacionária). Tá aqui algo fácil de copiar e delicioso pro bebê.

Em Rondônia tem onde comprar, na Slingue, em Porto Velho. E custa muito mais barato que os carrinhos de bebês (que vão te manter longe do teu filho e te fazer raiva na hora de por e tirar de um carro, por exemplo).




Outro ponto que posso facilmente relacionar aqui e que podemos/DEVEMOS copiar:

Amamentação à livre demanda... conforme o fluxo de leite da mãe e o fluxo de emoções do filho.

Sem deseducação, sem indústrias de leite patrocinando eventos para pediatrias, ops!, aliás, sem pediatras dizendo como amamentar, sem leite fraco, bico raso, sem vizinha dizendo que o bebê precisa de mamadeira porque está magro, sem marido dizendo que os peitos são dele e não do filho, sem mãe precisando voltar ao trabalho depois de 4 meses enquanto a OMS manda amamentar exclusivo por 6, sem pressão sobre a mulher para voltar ao corpo e conseguir 'não parecer' que teve filho, sem pressão para a mulher voltar a trabalhar, sem pressão sobre a mulher!!!

Quer mais um ponto a copiar? Te digo agora!

Elas são mulheres que se ajudam e não que competem, como nós (bando de machista que somos! - pausa para ferver de ódio...

Mães, avós, tias, primas, irmãs, amigas... todas cuidam da puérpera, todas cuidam das crianças, todas se cuidam... todas dividem sabedorias, experiencias, e não críticas quanto ao visual da outra.

Parece que o nosso ruim está tão bem sedimentado (‘parecer’ é por pura cortesia) que sequer conseguimos questionar... e quem questiona é doida varrida! (no caso, eu que aqui vos escreve...)

Um exemplo claro da nossa incapacidade de mesclar o bom de cada mundo está no nosso sistema obstétrico. Sim, porque poderíamos ter toda a segurança que os avanços da tecnologia trouxeram e toda a intimidade que o parto, por ser um evento fisiológico e natural da mulher (lembra?), requer... juntinhos!

Mas não, ao invés disto e sob a pecha de evitar a morte e a dor, transformamos todo nascimento em uma patologia... e as gestantes, lindas e poderosas donas do mundo, perpetuadoras da humanidade, foram transformadas em bombas relógio prestes a explodir!

Eu quero conhecer mais esta cultura e trarei aqui todas as minhas impressões.

Recentemente meu filho mais velho me disse:
- puxa mãe, tadinho dos índios, devem passar frio morando na floresta

E eu: - Ué filho, claro que não... eles têm casas, à noite eles vão pras casinhas deles na floresta.

E ele continuou: - Mas como é a casa deles?

Pois é! Eu fiquei morrendo de vontade de saber e de mostrar pra ele!


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