11 de fevereiro de 2016

Relato de parto da Sheila: parto normal hospitalar em Ji-Paraná


Olá, me chamo Sheila, tenho 23 anos.

Pedro Davi é literalmente um presente de Deus, pois tive problemas de saúde e, para ter um bebê, precisaria fazer um tratamento. Com 15 dias que iniciei este tratamento, descobri o presente lindo. Foi um milagre, eu não esperava, não planejava, mais eu já amava incondicionalmente.

O período de gravidez foi bem turbulento pois, no início, a gravidez era considerada de risco. Pais de primeira viagem, hormônios à flor da pele... o que resultou em um divorcio dias antes do Pedrinho vir ao mundo.

Comecei com um GO cesarianista nato: eu tinha duvidas sobre os tipos de partos, perguntava e ele só dizia: "no 8º mês discutimos isso, não se preocupe". Isso foi me apavorando. Conversei com o pai do meu filho e decidimos mudar de obstetra. Foi onde conheci uma pessoa maravilhosa, a Dra Adélia. Parecia que nos conhecíamos a anos. Então, durante os 6 últimos meses de acompanhamento com ela, fui me apaixonando pelo parto humanizado.

A partir das 37 semanas, a ansiedade estava me matando... todo dia achava que ia nascer rsrsrs

Sozinha em casa, os dias e noites não passavam. Tiravam minhas duvidas com amigas e uma dizia: "Quando você acordar com uma super disposição, é o dia que vai nascer!". Eu ria e dizia: "Pedrinho vai ficar pra sempre na minha barriga rsrsrsrs". Outra dizia que quando eu me sentisse muito cansada era o dia! Minha cabeça ficava mais confusa ainda.

Então chegou o dia 30 de Novembro de 2015. Acordei com a preguiça de sempre (rsrsrs), sem dor nenhuma. Era uma manhã até então normal... almocei.... dormi.... Acordei e, por volta das 15 horas, resolvi colocar uns enfeites de natal na porta de casa e assim fiz. Sobe e desce da cadeira, até que terminei e me senti cansada, muuuito cansada. Resolvi deitar no sofá e percebi que a barriga ficava “dura” e voltava, e assim ficava a cada 10min; Achei diferente e então chamei uma amiga que me incentivou sempre ao parto normal, a Sandra, chamei ela no whatsApp, expliquei o que eu sentia, ela me perguntou se tinha algum sangramento, perda de liquido, ou corrimento, e não tinha nada, ai ela me disse: provavelmente ele nasça daqui uns dois dias, isso foi como um balde de água fria rsrsrsrs. Então ela mandou eu fazer exercícios na bola, isso era 05:30 da tarde. Fui então pra bola. Meu humor tinha ficado azedo rsrsrs, me irritei e disse que não queria fazer exercícios, então a Sandra falou pra ir pro chuveiro, meia hora na água quente e surgiu então aquelas dores chatas rsrs, corri e contei pra ela, eufórica, eu sentia que ia nascer, então ela pediu pra eu avisar a médica, mas resolvi esperar um pouco, pois aquela dor parecia mais vontade de fazer o numero 2, do que contração (mãe de primeira viagem, não sabia o que era dor de contração rsrs), sentei no vaso por 15 min e nada, então voltei para o chuveiro, mandei uma mensagem para minha mãe, pedindo para que fizesse uma sopinha (mais não contei das dores, pois era mais apavorada que eu rsrsrs), no meio do banho, escuto meu pai saindo de carro, fiquei desesperada, e se o bebe fosse nascer, como ia para o hospital? Respirei fundo, continuei no banho, terminei, fui até a casa da minha mãe, e adivinhem? Ela também estava de saída, fingi que não sentia nada, a dor era fraquinha, e como o bebe tava previsto pra depois do dia 02, me acalmei, tomei a sopa, quando levantei, veio uma dor mais forte, abaixei de cócoras e ela passou, como meus pais tinham saído, resolvi falar com a médica. As contrações vinham em um intervalo de 4 minutos e duravam, 30 seg. Ela pediu para eu ir no hospital, isso era por volta das 20:00 horas. Chamei o pai do bebe no whats, expliquei a situação e pedi que me levasse ao hospital, (se tivesse ido com os bombeiros, tinham me assustado menos rsrsrs), fomos voando para o hospital, pisca alerta ligado, velocidade lá em cima, emoções transbordando, não sabia o que pensar, falar, só respirava fundo para aquela dor passar.

Cheguei no hospital, as contrações vinham a cada 3 minutos e duravam 30 segundos... aquela dorzinha irritante, pelo intervalo delas, imaginei que já estava com uns 7 centímetros de dilatação hahahha!!!

A médica fez o “delicioso” toque, olhou para mim, sorriu e disse: Você está de 1 pra 2 cm de dilatação. Foi um balde de água fria rsrs. Ela então me deu a opção de ir pra casa e voltar depois ou me internar, antes que respondesse, o ansioso papai respondeu que ficaria ali mesmo, e assim fiz (não tava com paciência pra discutir)... liguei para minha mommy e ela ficou eufórica por saber que o primeiro neto estava a caminho.


Fomos para a sala de parto, eu, papai e vovó paterna, assim que entramos, chegou minha mãe e minha melhor amiga (estavam no meu plano de parto). Acabou que todos (papai, vovós e titia), assistiram o parto, entre uma contração aqui e outra ali, bebia água, bebia suco, exercícios na bola, barra, banquinho, nada da bolsa estourar, mais as dores ainda estavam suportáveis. Quando foi 01:37 da madrugada, veio uma contração, abaixei no banquinho, e senti um “plock”, olhei para baixo, e senti aquele delicioso liquido quente, chamei o papai e disse calmamente: Acho que minha bolsa estourou! A reação dele foi como se tivesse dito: "O bebe nasceu rsrsrs". Ele saiu apavorado chamando a enfermeira, enquanto isso aquela "dorzinha chata", se tornou uma dorzinha incômoda. Chegou o médico plantonista, já colocando aquela luvinha, olhei pra ele um pouco irritada e perguntei se era necessário esse toque e, obviamente era. Pelas dores pensei: agora sim, 7cm ! Ele fez o toque, e disse: Colo ainda grosso e você esta de 4 para 5cm , eu quis chorar, e dizer que ele tava mentindo, mais respirei fundo e disse: Essa dor ainda esta a suportável, eu aguento!
Uma enfermeira (não me lembro o nome), muito carinhosa, disse pra eu usar o chuveiro, para aliviar a dor (nessa hora, eu nem lembrava do chuveiro, só queria ver o rosto do bebê). Então, fui para o chuveiro, meu ex marido sempre prestativo, caindo de sono, e estava lá do lado, pegando isso ou aquilo, segurando minha mão, minha amiga e minha mãe revezavam ao lado dele. O chuveiro foi um presente de Deus hahaha Quanto alivio!

Por volta das 03:30 horas, eu me sentia cansada... olhei para o pai do bebê e disse: Estou cansada, não vou conseguir! (eu já estava chorando), não era a dor, era o cansaço, o sono, estava exausta. Ele então me abraçou e disse: "Você vai conseguir, eu estou aqui, segura minha mão, você é forte!". Respirei fundo e veio mais uma... cada contração, eu só lembrava do que me dizia a Sandra, minha amiga: "Sempre pensa, menos uma, menos uma!" E assim foi!

A médica chegou, fez um toque e disse: "7 centímetros de dilatação, por volta das cinco e meia, Pedrinho está aqui". Me senti mais confiante... agora eu já tinha mais ou menos um horário, até esqueci que era no tempo do Pedrinho e não no nosso rsrsrs. Então ela voltou para a sala dela e disse que qualquer coisa que eu precisasse era pra chamá-la, olhei para ela sorri e me lembrei que na penúltima consulta eu disse que não iria ficar chamando ela toda hora, que iria querer ficar sozinha rsrs, e assim foi... não chamei, dor vinha, dor ia... mas não sentia que tava chegando. Chegou outra enfermeira, encheu a banheira e disse: quando vir a contração faz força, aquela de ir ao banheiro (se eu visse ela hoje, dava uns puxões de cabelos por ter dito isso), como imaginei que o neném já estava nascendo, cada contração fazia força, mais ainda não era o momento do expulsivo... fiquei exausta! Por volta das seis da manhã, chamei a enfermeira e disse: "Me dá uma injeção de força, anestesia, cesárea, qualquer coisa, mais tira o bebê!" (Acho que falei num tom meio DESESPERADO). Como havia pedido no plano de parto nenhuma intervenção, ela correu e chamou a médica. Vem ela correndo rsrsrs, segurou a minha mão e disse calmamente: "Calma! Lembra de toda nossa teoria, agora é colocar em prática, mantenha o foco, trabalhe seu psicológico". Olhei para ela e disse: "mas não é a dor, eu aguento mais, mas não tenho forças pra fazer forças, estou exausta!"

Então ela fez mais um toque, balançou a cabeça e disse: "Não dá tempo, ele está vindo!"

Força, nas contrações mas, se não sentir vontade de fazer força, não faça. Faça apenas quando sentir vontade. E assim foi... algumas contrações eu dormia, outras fazia força... a médica foi fazer uma cesárea, e continuei descansando e fazendo força. Às 06:30 horas, apontou a linda cabecinha do meu príncipe, com uma mão eu segurava no pai do bebê e, com a outra, segurava a mão da minha melhor amiga (quase quebrei) rsrs, e faz força aqui e ali. Já era o momento do expulsivo e não via mais nada, não ouvia e não falava, só queria fazer força. Eu senti o corpo pegar fogo, e então saiu a cabeça! Papai, titia e vovós começaram a chorar, e eu achava que não iria conseguir, me lembro de ouvir a médica dizer: só mais um, Sheila, vamos, Pedro está quase aqui!

Fechei os olhos novamente, fiz força... e então chegou ao mundo meu bebe... a sensação foi estranha, me senti roubada, vazia, quando a pediatra o pegou, chorava tão lindo, de imediato ela colocou no meu colo, e ele calou, e me olhava com aqueles olhinhos espertos, parecia que queria dizer: Estou aqui mamãe, pra te amar muito!

Meus olhos se encheram de lagrimas, e ele não tirava os olhos de mim, foi a maior emoção da minha vida, um amor inexplicável, nunca imaginei que caberia tanto amor em uma só sala, todos chorando, papai, titia, vovós, as enfermeiras me parabenizando, e eu só queria ficar ali quietinha com meu príncipe no colo até o cordão parar de pulsar... ele trocou olhares com o papai, o papai chorava tanto que achei que não conseguiria cortar o cordão rsrsrs.
E assim foi o meu parto, lindo, “rápido”, humanizado e cheio de amor... não me arrependi, faria tudo de novo. Pedro Davi chegou ao mundo no dia 01 de Dezembro às 06:42 horas, com 48 centímetros e 3.110 quilos. Hoje minha vida tem sentido, cor, amor.

Meu filho, meu tudo.






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