2 de fevereiro de 2021

Relato de parto da Kamilla: parto normal domiciliar-hospitalar em Villhena



Eu me apaixonei por esta história de parto quando o li no grupo Parto em Rondônia do Facebook. Fico feliz que a Kamilla tenha compartilhado... que inspire e emocione! Vamos ao relato...

Sabe aqueles partos de novela, que a mulher já chega parindo no hospital...assim foi o meu! Se eu for relatar apenas o parto ia dar algumas poucas palavras, por isso decidi relatar o dia inteiro do parto.

Dia 23 de Abril de 2019, Vilhena/RO.

Durante toda a gestação continuei com a minha rotina de exercícios e alimentação saudável, e no dia do parto não foi diferente. Acordei cedo, arrumei as crianças (já tenho 2 meninos) para a escola e demais atividades, tomei meu café e fui para academia, e neste dia estava mais animada do que nunca, decidi andar 3 km na esteira, e não 2 km como de costume, fiz uma serie de agachamentos, me alonguei e fui embora satisfeita...de la fui direito para o trabalho, como faltava apenas 1 dia para 40 semanas (não achava que a gestação ia tão longe desta vez) já havia deixado muito coisa resolvida e encaminhada no escritório, então passei algum tempo ali e logo fui fazer outras coisas relacionadas a rotina de mãe e esposa...Almocei e passei a tarde em casa com o filho mais novo (até então).

Final da tarde Dr° Nilton mandou mensagem pedindo para dar um pulinho no hospital para monitorar o bebê...chegando lá, ele pediu minha autorização para fazermos um “toque”, pra ver como estava o colo do útero, ate então nunca havia feito este procedimento, mas foi claro ao dizer que se não quisesse esperaríamos o momento do início do trabalho de parto...eu autorizei, e para nossa surpresa já estava com 4 para 5 de dilatação, e Dr. Nilton disse que não demoraria muito para o trabalho de parto começar e que ele achava que seria um parto rápido e fácil, nos aconselhou a ir para casa fazer uns agachamentos e caminhar.



Apesar de termos ficado animados, meu marido tinha um compromisso no outro dia de manha e não queríamos que o trabalho de parto iniciasse naquela noite, então tentei ficar quietinha, mas ser mãe de 2 meninos não me permite esse luxo, fui dar banho nas crianças enquanto o marido preparava o jantar.
La pelas 20:30h comecei a sentir que as contrações de treinamento se intensificaram e estavam mais ritmadas, comecei a desconfiar que o trabalho de parto ia começar...colocamos as crianças para dormir, organizamos a cozinha e sentia as dores cada vez mais fortes.



As 21:30h resolvi ligar para o Jonathan, nosso enfermeiro obstétrico, naquela altura já sabia que o trabalho de parto tinha dado início. A última coisa que eu queria era entrar em TP (trabalho de parto) a noite, não queria passar a madrugada sentindo dor, tenho a impressão que a noite todas as dores se intensificam e o tempo demora mais a passar. Mas como não temos controle de tudo, me conformei e mergulhei de cabeça neste momento.

Jonathan chegou as 22h, fez o toque, e apesar das contrações estarem fortes e bem ritmadas, ainda estava com 5 de dilatação, disse que faríamos uma nova avaliação as 23 h, então imaginei que a noite seria longa...ficamos na sala de casa, eu, o marido e Jonathan partejando, assistindo o renascimento do parto...o marido fazendo massagem nas costas, Jonathan monitorando o bebê...resolvi chamar a fotógrafa que já estava de sobreaviso e logo ela chegou. Liguei para minha mãe vir ficar com os meninos, porque provavelmente ia para o hospital continuar o trabalho de parto por lá.

A cada contração sentia que as dores se intensificavam, e elas viam a cada 2 a 3 minutos...e quando faltava alguns poucos minutos para as 23h relatei que a vontade de fazer força havia chegado, Jonathan pediu pra avaliar e para nossa surpresa, estava com dilatação total e bebê no expulsivo, Jonathan pediu pra irmos urgentemente para o hospital. E eu, na maior cara de pau e paciência do mundo, pedi pra ganhar em casa, mas ele não me permitiu rsrsrsrs. Na próxima contração a bolsa estourou. Marido se apressou em pegar as malas e enquanto esperávamos no jardim ele sair da garagem outra contração, achei que Bento ia nascer ali mesmo...dentro do carro a vontade de fazer força era enorme, e tive que me controlar muito pra não nascer ali, se fosse durante o dia, onde o trânsito se torna mais lento, acho que teria nascido dentro do carro...mas enfim, chegamos ao hospital e no corredor eu me agachei, não conseguia mais andar, e Jonathan viu que o bebê estava coroando, e que iria nascer ali mesmo...mas o marido me pegou no colo e me colocou na maca, naquela fria de alumínio mesmo, e fomos correndo para a sala da maternidade...correndo não, voando...e em menos de 30 segundos, as 23h10 Bento nasceu...ja chegou fazendo um show, do jeito que eu gosto, pura emoção e adrenalina...porque se eu gostasse de monotonia e previsibilidade tinha feito uma cesárea por opção.



Colocaram ele no meu colo/peito e ficamos ali conectados durante um tempo, Dr. Nilton, que estava em outro parto na hora que cheguei no hospital, foi ao nosso encontro pouco tempo depois de o Bento nascer. Quando enfim a placenta parou de pulsar o marido cortou cordão, e ficamos ali nos 3, sentindo aquela emoção, deixando a ocitocina nos envolver.


 

Não houve episio, porém houve uma pequena laceração. No momento em que Dr. Nilton avaliava e dava os pontinhos necessários, Bento foi avaliado pelo pediatra...nasceu com 51 cm e 3.720 kg.

Pouco tempo depois já estávamos no quarto e ficamos ali a noite inteira contato pele a pele, entre mamadas e cochilos.



Em nenhum momento foi necessário suplementação com leite artificial, o contato pele a pele foi imprescindível para a apojadura (descida do leite).

Na minha primeira gestação o puerpério foi terrível, na segunda um pouco menos, na terceira passou batido...é claro que a maturidade e experiência nos tornam mais traquilas, mas este parto foi um das maiores realizações da minha vida. Me sinto realizada, segura e empoderada.



Quando me perguntam o que eu fiz pra ter um parto assim, minha resposta é...busque o apoio do marido/pai do bebê, seja acompanhada por um bom profissional da saúde que te oriente com a verdade e não pensando em interesses próprios, tenha uma boa alimentação, faça exercícios físicos regulares e pra finalizar...seja positiva, acredite que tudo dará certo, que o seu corpo esta preparado, não existe nada mais empoderador do que acreditar na própria capacidade. Eu mentalizei e rezei para que este parto fosse assim...e Deus atendeu o meu pedido.

Mãe: Kamilla Bagattoli Rodrigues
Pai: Jean Fagner Rodrigues
Bebê: Bento Bagattoli Rodrigues
Enfermeiro Obstétrico: Jonathan Souza
Médico Obstétra: Dr. Nilton Nilo
Hospital: Regional de Vilhena/RO
Fotografia: Fran Bona





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